2026 - ALPINE A110 R ULTIME MATTE SOLAR ORANGE
Há algo de poético na forma como a França se despede de suas máquinas mais puras. E a Alpine, fiel ao seu espírito esportivo e artesanal, escolheu encerrar um ciclo com elegância e velocidade. No coração de Dieppe, berço da marca, nasceu o Alpine A110 R Ultime 2026 - um modelo que simboliza o auge e o adeus de uma era: a última berlinette a combustão da história da Alpine.
Com o fim programado da produção do A110 ainda em 2026, a marca decidiu dar ao seu ícone uma despedida digna de um palco de corrida. O A110 R Ultime surge como a versão mais extrema e refinada já criada, resultado de anos de aprimoramento técnico, herança de pista e um toque artesanal que apenas a Alpine consegue imprimir.
O desenho é puro e funcional. Cada linha foi moldada pela aerodinâmica: o capô e o teto em fibra de carbono, as rodas de desenho leve e a asa traseira em formato ‘col de cygne’ - ou ‘pescoço de cisne’ - que reforça o apoio em alta velocidade.
Sob o capô repousa o conhecido motor 1.8 turbo de 4 cilindros, agora levado ao limite. São 345 cv de potência e 420 Nm de torque, acoplados a uma transmissão de dupla embreagem que entrega respostas instantâneas. O peso, inferior a 1.100 kg, garante uma relação peso-potência digna de um carro de competição, com aceleração de 0 a 100 km/h em 3.8 segundos e comportamento preciso nas curvas - uma dança leve e controlada, como nas berlinettes que marcaram o passado glorioso da Alpine nos rallys.
Por dentro, o A110 R Ultime revela uma atmosfera de cockpit. Bancos bucket Sabelt em fibra de carbono, cintos de competição e revestimentos em Alcantara reforçam a pureza esportiva. Cada detalhe é funcional, pensado para conectar o condutor à estrada - sem distrações, sem excessos. É a filosofia do ‘menos é mais’, traduzida em cada costura.
A suspensão ajustável Öhlins e os freios AP Racing completam o conjunto, transformando a pequena berlinette em uma ferramenta de precisão. O A110 R Ultime é, em essência, o canto do cisne da engenharia analógica em um mundo que se eletrifica. E é justamente esse contraste que o torna tão especial.
A Alpine limita sua produção a 110 unidades numeradas, todas montadas à mão. Não há espaço para repetições: cada carro carrega sua própria identidade, e todos representam a despedida definitiva de uma linhagem que começou ainda em 1962 com o A110 original - o carro que levou a Alpine ao título mundial de rally em 1973.
O nome ‘Ultime’ não é uma metáfora poética - é literal. Significa ‘último’, em francês, e sela o fim da era térmica da marca. A Alpine já confirmou que o sucessor será totalmente elétrico, inaugurando um novo capítulo de desempenho e tecnologia. Mas, até lá, o A110 R Ultime permanece como o último guardião de um tempo em que a emoção vinha do ronco do motor, da leveza da carroceria e do prazer genuíno de pilotar.