1969 - MAZDA COSMO SPORT

Pode-se dizer que a longa história do motor rotativo Wankel na Mazda começou e terminou (temporariamente) com um esportivo. Na verdade, esta solução, na qual o fabricante japonês nunca deixou de acreditar e trabalhar, teve origem nos anos 60 e estreou com um coupe de linhas originais chamado Cosmo Sport, antes de estender-se a outros inúmeros modelos e acabar fechando o círculo com o RX8, no alvorecer do novo milênio.
O Mazda Cosmo Sport é, de fato, o carro que acompanhou não só a estreia na Mazda deste tipo de motor, mas todo o desenvolvimento inicial, já que entre o protótipo e a versão de produção, fabricada entre 1967 e 1972, o próprio motor também evoluiu.
Os primeiros protótipos do futuro Cosmo viram a luz em 1962. As formas eram em grande parte as definitivas, caracterizadas por um longo capô que terminava em um habitáculo com apenas dois lugares e uma curta distância entre os eixos, de apenas 2.2 metros, da qual partia uma longa cauda truncada, inicialmente com duas largas lanternas retangulares.
Os faróis dianteiros eram redondos e aerodinâmicos, como nos modelos GT contemporâneos mais famosos (Jaguar E-Type e o Ferrari F250 GTO).
O motor marcado como L8A foi, de fato, o primeiro desenvolvido pela Mazda após o propulsor experimental, e era de dois rotores com lubrificação por cárter seco e uma cilindrada de 798 cm³, acoplado a uma transmissão manual.
A suspensão dianteira era de duplo braço, enquanto a traseira era do tipo De Dion, com feixes de molas, mas com o diferencial acoplado à carroceria e semi-eixos oscilantes. Os freios dianteiros eram a disco, enquanto os traseiros eram a tambor.
Estes protótipos foram seguidos por um terceiro carro, com um design de traseira modificado, que estreou no Salão de Tokyo de 1964. O motor já havia sido substituído pelo Tipo 10A, fabricado em alumínio e com eixos de cromo-molibdênio e outras soluções para reduzir as vibrações.
Esta unidade acabou ficando muito cara para a produção em série, a tal ponto de que na frota seguinte de carros de pré-produção, cerca de 80, construídos para que os concessionários os testassem, foi adotado o tipo 810 e foi confirmado para a série definitiva.
A primeira série
A estreia comercial aconteceu em maio de 1967: o Mazda Cosmo Sport 110S, abreviatura de sua potência, 110 cv, era um ágil esportivo com um comprimento original de 4.15 metros. Seu motor definitivo, de 998 cm³, tinha duas entradas de admissão (embora só fosse utilizada uma em baixa carga), uma de escape, duas velas de ignição por rotor e um sistema que mesclava pequenas quantidades de óleo com o combustível para lubrificar as peças móveis a partir do interior.
O sistema de freios recorria à discos dianteiros de 254 mm e tambores traseiros de 200 mm, a transmissão manual era de 4 relações e a velocidade máxima encostava nos 185 km/h. Vendido no Japão a um preço em torno de 1.5 milhões de ienes, inferior ao do Toyota 2000 GT na época, foram fabricadas 340 unidades durante pouco mais de um ano.
A segunda série
No verão japonês de 1968 o modelo foi atualizado. Mudou esteticamente a parte inferior da frente, foram adicionadas novas rodas de 15 polegadas em vez das de 14 do modelo original e, sobretudo, a distância entre os eixos se alongou 15 cm, mas isso não alterou o comprimento total, que continuou sendo de 4.15 metros.
O motor foi substituído pela unidade marcada como 813, capaz de desenvolver 128 cv, a transmissão manual passou a ser de 5 velocidades e o sistema de freios finalmente foi equipado com servo freio, já que no primeiro não tinha assistência de nenhum tipo.
A segunda série do Cosmo Sport somou pouco mais de 830 exemplares do final de 1968 até 1972, sendo alguns exportados aos Estados Unidos. Sua jornada no mercado chegou ao final sem um sucessor direto.
A segunda geração, conhecida como série CD, era derivada de outros modelos de produção e estreou em 1975. Exibia uma forma mais parecida à de um muscle car americano, mas conservando o motor rotativo o Wankel. Depois houve mais duas gerações com o mesmo nome de Cosmo, embora já pouco tivessem a ver com o original.