1995 - NISSAN SKYLINE R33 GT-R LM

A história do Nissan GT-R está repleta de marcos, edições especiais e um histórico esportivo impecável. Sua trajetória percorreu um longo caminho, inclusive para versões raras como a que protagoniza este artigo: o Nissan Skyline R33 GT-R LM de 1995. Este carro, que contava com especificações de rua e do qual foi construído apenas um exemplar, serviu para homologar a versão de competição que chegou a correr nas 24 Horas de Le Mans em 1995 e 1996.
Acontece que em 1995 o Skyline GT-R R32 havia sido basicamente expulso das corridas do Grupo A por seu domínio acachapante, o que havia obrigado à Nissan passar ao Grupo C. No entanto, essa categoria atravessava um período baixo e a marca japonesa queria voltar a competir em corridas de GT. Para isso, tomaram como base o novo Skyline GT-R R33, uma plataforma que em princípio era perfeita para a classe GT1 de Le Mans e a série BPR Global GT.
Mas não seria tão fácil como pensavam: a Nissan deveria construir uma versão de estrada para conseguir a homologação do modelo de competição e o resultado foi o R33 GT-R LM de 1995. Construído pela Nismo, a divisão de competição da Nissan, o GT-R R33 foi radicalmente modificado para propósitos de corridas. Foi conservado apenas o teto, os vidros, as portas e as lanternas traseiras. O resto exigiu uma longa lista de mudanças e melhorias orientadas ao seu uso na pista.
A primeira e mais destacada das coisas foi a incorporação de um kit de carroceria largo, projetado para que a equipe de corrida pudesse maximizar a carga aerodinâmica e a aderência do veículo em pista. O para-choque dianteiro contava agora com grandes entradas de ar e os para-lamas eram muito maiores para que em seu interior coubessem rodas de corridas mais largas. Os intermitentes foram integrados no para-choque, já que as linhas dos para-lamas haviam mudado tanto que obrigavam a deixá-los fora de sua posição original.
Na parte traseira, o Nissan Skyline R33 GT-R LM de 1995 apresentava um para-choque redesenhado para aproveitar a aerodinâmica da parte inferior da carroceria. A suspensão de multibraço original foi substituída por uma com braços transversais duplos em todas as rodas, uma configuração totalmente ajustável pronta para competir. E com a finalidade de adaptar-se à norma da classe GT1, foi eliminado o sistema de eixo direcional traseiro e a tração total. O carro passou a ter direção apenas nas rodas dianteiras e tração traseira.
Com os novos painéis e o resto das modificações, a Nismo conseguiu reduzir o peso do Skyline GT-R R33 até os 1.150 quilos, uma redução significativa em relação ao seu peso oficial de 1.530 kg. Debaixo do capô, o motor RB26DETT de 6 cilindros em linha sobrealimentado e 2.6 litros seguia sendo o rei, com uma potência de 300 cv. Cabe destacar que o carro de competição que homologava o GT-R R33 LM podia chegar até os 600 cv de potência em algumas versões.
As 24 Horas de Le Mans de 1995 marcaram a estreia dos dois carros de corridas que a Nismo construiu. Com os números #22 e #23, estes carros enfrentaram o Ferrari F40 LM e o McLaren F1 GTR na edição de 1995. O #23 deveria ser a referência dos dois, mas abandonou a corrida por problemas mecânicos, enquanto que o número #22 conseguiu acabar em quinto em sua classe logo atrás do quatro McLaren F1 GTR e décimo na geral.
Para a edição de 1996, os resultados foram um pouco piores. Nessa ocasião, o #22 foi quem não conseguiu terminar, enquanto que o #23 conseguiu um 10º lugar na classe GT1, terminando no 15º lugar da geral. Nesse ano, o Porsche 911 GT1 surpreendeu a todos os seus rivais e isso animou a empresa japonesa a concentrar-se no Nissan R390 GT1 de 1997.
Foi construído apenas um Nissan Skyline R33 GT-R LM de 1995 e atualmente faz parte da Nissan Heritage Collection.