1999 - SKODA OCTAVIA WRC

Muitos dizem que o Campeonato Mundial de Rallys do passado era mais emocionante. Pelo menos proporcionou uma incrível variedade de veículos, não só nos tempos do selvagem Grupo B. Hoje vamos falar do Skoda Octavia WRC de 1999.
Após os êxitos do Skoda Favorit na Copa do Mundo para veículos com tração dianteira, motor aspirado e uma cilindrada inferior a 2.0 litros (a chamada classe F2) e as inúmeras vitórias do Skoda Felicia Kit Car, a equipe de fábrica Skoda Motorsport também queria demonstrar seu valor na classe mais alta a nível mundial dos rallys.
A primeira geração do Skoda Octavia, em 1996, e a decisão da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) de introduzir a categoria WRC (World Rally Car) em 1997, chegaram bem a tempo. Ao contrário do que ocorria antes no Grupo A, os fabricantes que não construíam veículos especiais sobrealimentados com tração nas quatro rodas agora também podiam competir. Para que a homologação tivesse êxito, já não era necessário fabricar uma versão de estrada limitada dos respectivos veículos. Bastava que o carro de corridas fosse baseado em um modelo de série.
A equipe da Skoda Motorsport enfrentou inúmeros desafios na construção do Octavia WRC. Somente no desenvolvimento do Skoda Octavia Kit Car com tração dianteira é que adquiriram experiência com as modificações do novo modelo compacto. Nestas circunstâncias, foi uma grande vantagem para a equipe poder utilizar elementos do grupo e recorrer a componentes testados e de alta qualidade na hora de construir o carro de corridas.
O Skoda Octavia WRC contava com um motor de 2.0 litros turbo alimentado com tecnologia de cinco válvulas. Produzia 300 cv de potência, enquanto que o torque máximo a 3.250 rpm era inicialmente de 500 Nm, embora mais tarde chegasse a 600 Nm. E claro, também estava equipado com tração total.
O peso do carro vazio era de 1.230 kg, o mínimo prescrito pelo regulamento. Já no transcurso de 1998, os técnicos começaram a testar os primeiros exemplares na primeira participação oficial do novo carro no Campeonato Mundial de Rallys.
O piloto número um do novo Skoda Octavia WRC era o experiente alemão Armin Schwarz, considerado um dos melhores pilotos de provas no cenário dos rallys da época. Sua experiência e intuição foram decisivos na criação do Octavia WRC. O segundo piloto era um dos dois bem-sucedidos checos Pavel Sibera ou Emil Triner, dependendo da superfície em que era celebrado o rally.
O Skoda Octavia WRC estreou na temporada 1999 no lendário Rally de Monte Carlo. O fabricante de automóveis utilizou a primeira etapa, em particular, para seguir adaptando a regulagem do carro e adquirir a experiência inicial.
Na última corrida da temporada, o famoso Rally RAC britânico, o belga Bruno Thiry esteve prestes a subir ao pódio, terminando em quarto no geral. Em apenas uma temporada, o Octavia WRC passou de ser um absoluto recém-chegado ao grid a um aspirante totalmente competitivo.
Ao longo dos anos, vários pilotos da elite internacional dos rallys conduziram o Skoda Octavia WRC. Além de Armin Schwarz e as estrelas checas Pavel Sibera e Emil Triner, entre eles estavam Bruno Thiry, Luis Climent, Roman Kresta, Jan Kopecky, Gabriel Pozzo, Toni Gardemeister, Kenneth Eriksson, Didier Auriol, Matthias Kahle e Stig Blomqvist.
O Skoda Octavia WRC ocupa um lugar destacado na história da Skoda Motorsport e deu forma à imagem da marca: conseguiu vitórias nas especiais, subiu ao pódio (Armin Schwarz, terceiro lugar na geral no Rally Safari de 2001) e demonstrou sua confiabilidade em inúmeras ocasiões nos trechos dos rallys do campeonato do mundo. Deste modo, reforçou a posição da Skoda Motorsport no WRC e preparou o terreno para os sucessores em competição do fabricante checo no WRC, o Olimpo dos rallys.