No Salão de Torino de 1961, foi apresentado um protótipo denominado simplesmente “Mille”. O carro foi projetado por Giurano que trabalhava então para a Bertone e tinha as bênçãos de Enzo Ferrari, pois o motor e o chassi foram concebidos em Maranello.
Apesar do sucesso obtido e dos comentários positivos da imprensa especializada, Enzo Ferrari deixou bem claro que o carro não entraria em produção em Maranello. Foi por essa razão e com o apoio do próprio Ferrari, que para produzi-lo foi criada em Milão, em abril de 1962, a ASA (Autocostruzione Societa per Azione).
Em 1964, a ASA foi vendida ao empresário de Módena, Oronzio de Nora, que montou as instalações para colocar o carro em produção, ao ritmo de um carro por semana.
Infelizmente, a falta de sucesso no mercado propiciou que em poucos anos a ASA desaparecesse.
Os modelos
O ASA 1000 GT foi apresentado em sua versão definitiva no Salão de Torino de 1962. O modelo apresentava pequenas modificações de design em relação ao protótipo apresentado no ano anterior. Também seu nome “Mille” foi mudado para 1000 GT.
Conhecido por alguns como “Ferrarina”, o 1000 GT era um coupe convencional. A carroceria foi projetada por Bertone, e a mecânica foi desenvolvida por Giotto Bizzarrini, que trabalhava para a Ferrari. Era equipado com um motor de 1.032 cc que produzia 91 cv e dispunha de dois carburadores duplos. Dispunha também de freios a disco nas quatro rodas, e suspensão dupla na parte dianteira e de molas helicoidais na parte traseira. A transmissão manual era de quatro velocidades.
A produção começou lentamente, foram fabricados somente sete carros até 1964. A partir desse ponto, Bertone deixou de produzir as carrocerias e a produção de carrocerias foi assumida pela Ellena (de Torino) até 1967, ano em que Marazzi (de Milão) assumiu a produção de carrocerias. Todos os chassis foram produzidos por Marchesi (que também produzia a maioria dos chassis da Ferrari). Um total de 104 chassis foram construídos, permitindo assim que fosse homologado, pois se requeriam para isso 100 unidades terminadas, mas a produção de carros não chegou a essa cifra uma vez que não se fabricaram mais de 95 unidades antes que a produção parasse em 1967. Também foram fabricadas 6 unidades da versão Spyder.
Em 1963 surgiu somente uma unidade de uma versão leve para competição, o 1000 GTC. Esta versão foi desenvolvida por Bizzarrini e tinha um motor reduzido a 995 cc para poder ser incorporado na classe inferior a 1.0 litro, e carroceria de alumínio fabricada pela Drogo. Havia rumores que esse carro era destinado a correr as 24 horas de Le Mans desse mesmo ano, mas desapareceu de cena antes do acontecimento.
A participação em competições oficiais começou em 1965 com dois carros inscritos na Targa Florio, com motores de 1.070 cc e um carro com carroceria de fibra de vidro. 1965 foi também o ano em que se viu reaparecer o GTC junto a outros coupes 1000 GT.
No Salão de Paris de 1965 foi apresentado o ASA 411 Berlinetta. Tratava-se de um 1000 GT com carroceria de alumínio, motor de 1.092 cc produzindo 104 cv a 7500 rpm e novos faróis. Foram fabricadas somente 4 unidades.
No ano seguinte, em 1966, no Salão de Genebra foi apresentado o ASA 613 RB. Este carro, dispunha de um chassi tubular e a carroceria era de plastic/composite. Tratava-se de um conversível entre o Spyder e o Coupe. O motor era um 6 cilindros em linha com 1.290 cc e 124 cv a 7.000 rpm, alimentado por três carburadores duplos. Também estava disponível para o mercado dos EUA com um motor de 4 cilindros e 1.755 cc que oferecia 150 cv a 7.000 rpm. Era acoplado a uma transmissão de 5 velocidades e freios a disco nas quatro rodas. Foram fabricadas somente 3 unidades do 613 RB e um deles competiu em Le Mans no ano de 1966.