A Asia Motors Industries, conhecida simplesmente como Asia Motors, foi um fabricante coreano de veículos que operou entre 1965 e 1999. Fundada em Gwangju com o apoio do empreendedor Lee Mun-hwan, a empresa surgiu em um contexto de incentivos governamentais, como parte do Primeiro Plano Quinquenal de Desenvolvimento Econômico da Coreia do Sul, que isentava de impostos peças importadas para montagem local de veículos (KD cars). Inicialmente focada na produção de veículos militares, caminhões e ônibus, a Asia Motors rapidamente diversificou sua atuação, entrando no mercado de automóveis de passeio, SUVs e veículos pesados.
Início e Parcerias
Em 1969, a Asia Motors foi adquirida pela Dongkuk Steel, marcando um momento de consolidação. No ano seguinte, em 1970, a empresa firmou uma parceria com a FIAT, começando a montar o modelo FIAT 124, um marco em sua entrada no segmento de carros leves. Durante a década de 1970, a Asia Motors expandiu sua linha de produtos, incluindo caminhões de grande e médio porte, veículos militares especiais, jipes civis (como o Rocsta e, posteriormente, o Retona), componentes automotivos, motores e ônibus de pequeno porte. Em 1978, a empresa assinou um acordo com a Hino Motors do Japão para otimizar a produção de seus produtos de baixo volume, buscando economias de escala.
Desafios e Aquisição pela KIA
Apesar do crescimento inicial, a Asia Motors enfrentou dificuldades para atender às exigências do plano governamental coreano de 1973, que promovia a produção de carros de baixo custo para exportação. A incapacidade de cumprir essas condições levou à perda de suas licenças de montagem de automóveis, culminando na aquisição pela KIA Motors em 1976. Como parte do acordo, a KIA obteve o monopólio da produção de veículos militares na Coreia do Sul, fortalecendo sua posição no mercado. A Asia Motors continuou operando como uma subsidiária da KIA, mantendo a produção de veículos comerciais e militares, além de lançar modelos icônicos como o Rocsta, um SUV compacto com estética semelhante a um jipe, em 1990.
Expansão Internacional e Declínio
Durante a década de 1980, a Asia Motors alcançou sucesso nas exportações, especialmente durante a Guerra Iran-Iraque, quando seus jipes militares ganharam popularidade no Iran por sua robustez e simplicidade. A empresa foi premiada com a Torre de Exportação de 10 milhões de dólares em 1982 e 20 milhões de dólares em 1983. Também buscou expandir sua presença internacional, como no Brasil, onde a Asia Motors do Brasil foi estabelecida em 1994. Apesar de algum sucesso inicial, os planos de construir uma fábrica em Camaçari, Bahia, foram frustrados pela crise financeira asiática de 1997 e pela falência do grupo KIA, resultando no abandono do projeto.
Fim da Marca
Com a aquisição da KIA pela Hyundai em 1998, a marca Asia Motors foi gradualmente descontinuada. Em 1999, a Asia Motors foi completamente absorvida pela KIA, e seus modelos, como o Retona (sucessor do Rocsta), passaram a ser comercializados sob a marca KIA. A empresa deixou um legado importante na indústria automotiva coreana, especialmente no segmento de veículos comerciais e militares, contribuindo para o fortalecimento da infraestrutura automotiva do país.
Legado
Embora a Asia Motors não exista mais como marca independente, sua história reflete o dinamismo da indústria automotiva coreana nas décadas de 1960 a 1990. Seus esforços em produzir veículos robustos e acessíveis, aliados a parcerias estratégicas com marcas como FIAT e Hino, ajudaram a pavimentar o caminho para o sucesso global de empresas como Hyundai e KIA. Hoje, o nome Asia Motors ainda é usado por uma empresa independente na Austrália (Asia Motors Australia Pty Ltd.), que comercializa ônibus, mas não tem relação direta com a fabricante original.