
A Bedford foi um importante fabricante de caminhões do Reino Unido, com números de vendas significativos na exportação de caminhões médios e pesados para todo o mundo. Na verdade, durante vários anos, a Bedford foi a empresa mais rentável da GM na Europa.
A Bedford era uma filial da Vauxhall, que por sua vez era a filial britânica da General Motors (GM), que havia se estabelecido no Reino Unido nos anos 30 com o objetivo de fabricar veículos de transporte público.
Até 1925, a General Motors montou caminhões brasileiros em suas fábricas canadenses. Isto lhe permitiu exportar veículos ao Reino Unido de forma preferencial, já que o Canadá tinha condições preferenciais para exportar produtos ao Império Britânico. Esses caminhões eram comercializados como "Chevrolet British".
Mais tarde, a GM adquiriu uma importante participação na Vauxhall e mudou seus escritórios centrais de Hendon a Luton, iniciando-se também ali a produção em 1929.
Entre 1929 e 1931, foram produzidos em Luton os modelos AC e LQ, que foram comercializados como "Chevrolet Bedford", tomando o nome da cidade principal da província de Bedfordshire, onde se encontrava Luton. O AC era uma furgoneta leve, e o LQ era oferecido com uma ampla variedade de versões: caminhão, ambulância, furgoneta e ônibus. O nome da "Chevrolet" desapareceu e o primeiro Bedford foi produzido em abril de 1931.
Em 1937 as vendas da Bedford alcançaram as 30.000 unidades. Em meados de 1939 a linha foi renovada e dos modelos anteriores, somente seguiu em produção a furgoneta HC.
Em outubro de 1939, houve uma mudança radical nos projetos da Bedford, com o desenvolvimento de uma tração nas quatro rodas. Um novo modelo entrou em produção em março de 1941 com a denominação QL, e que foi rapidamente apelidado de "Queen Lizzie".
Com exceção de uns poucos exemplares, a produção da nova linha de veículos civis cessou com o estopim da 2ª Guerra Mundial, e passou a dedicar-se à fabricação de material bélico e veículos para a Guerra como muitas outras empresas.
O Exército britânico havia perdido muitos de seus tanques em Dunkirk, e encarregou à Vauxhall a produção do novo modelo Churchill, cujo projeto passou da mesa de desenho para a linha de produção em menos de 3 meses.
A Bedford também fabricou os modelos MW, OY e QL 4x4 para uso militar. Durante a 2ª Guerra Mundial, a Bedford forneceu numerosos caminhões e tanques à União Soviética.
Após o final da 2ª Guerra Mundial em 1945, a produção da linha de veículos civis foi retomada com os modelos K, M e O, que haviam sido introduzidos em 1939.
Estes modelos deram lugar em 1951 aos populares caminhões Bedford tipo S, predecessores da linha grande 4x4 de 7 toneladas, denominada tipo R.
Em 1955 foi inaugurada uma nova planta de caminhões em Dunstable. Em Luton seguiram fabricando furgonetas até a mudança para as novas instalações de Halewood.
O modelo CA deu lugar ao CF e depois ao Midi, inspirado no Isuzu. Mais tarde foi criada a filial “IBC Vehicles” que funciona até os dias de hoje, ainda que a produção agora tenha as credenciais Vauxhall, nas linhas Vivaro e Movano da Renault.
A recessão dos anos 80 e as importações estrangeiras prejudicaram demais e a consequência foi que GM anunciou o encerramento da Bedford. A planta de Dunstable foi vendida à AWD, que seguiu com a fabricação das linhas MJ e TL durante alguns anos, principalmente para a exportação.
Sem os grandes contratos com o Ministério da Defesa, que foram concedidos à Leyland, a AWD se viu forçada a encerrar suas atividades. A linha TL foi adotada pela “Marshall of Cambridge” que a produziu durante algum tempo até que introduziu o SPV, de projeto próprio.