
Em 1970, o milionário Malcolm Bricklin, fundador da sucursal da Subaru nos Estados Unidos, decidiu que queria fabricar um automóvel esportivo para o mercado americano.
Em 1973 apresentou o Bricklin SV-1, um interessante coupe com carroceria de fibra de vidro coberta com um acabamento acrílico, projetado por Herb Grasse. A abertura das portas era do tipo ‘gullwing’ ou asas de gaivota.
O chassi era composto por uma armação de perímetro independente, fabricada em aço soldado. Essa carcaça de segurança oferecia uma proteção especial aos passageiros. O para-choque dianteiro se contraía debaixo do capô ao impactar em baixa velocidade, dessa forma podia absorver impactos de até 19 Km/h.
Em 1974, o SV-1 era equipado com um motor a gasolina AMC 360 V8 de 5.9 litros, refrigerado a água, disposto na parte traseira. Em 1975 e 1976 o motor utilizado foi um Ford 351 Windsor V8 de 5.8 litros.
Em 1974 a produção foi de 772 unidades, 137 das quais tinham transmissão manual de quatro velocidades, e o restante uma automática. Em 1975 e 1976 os carros contavam com uma transmissão automática de 3 velocidades de procedência AMC. O chassi possuía suspensões independentes sobre molas helicoidais com braços transversais na dianteira e na parte traseira braços longitudinais. Os freios eram a disco, a velocidade máxima era de 179 Km/h e acelerava de 0 a 100 km/h em 10,1 segundos.
O modelo, produzido entre 1974 e 1976 em Saint John, New Brunswick, Canadá, não conseguiu impor-se no mercado apesar de seu design e seu desempenho, no entanto, chegaram a ser produzidos um total de 2.875 exemplares.
Entre os fatores que condenaram o carro de Bricklin ao fracasso, podemos mencionar o alto preço, problemas de qualidade na fabricação, sobretudo com as portas de tipo asas de gaivota, desconfiança com o acabamento acrílico da carroceria, e um projeto ruim do sistema eletro-pneumático para elevar as pesadas portas. Anos depois, o De Lorean que se parecia muito com o Bricklin, utilizaria um sistema de barra de torção muito mais confiável para levantar as portas.
O último desenvolvimento de Bricklin foi um verdadeiro motor rotatório (não Wankel). No entanto, o projeto não chegou a sair do papel.
A empresa entrou em bancarrota em 1976 deixando uma dívida de 23 milhões de dólares ao governo canadense. Depois da falência da Bricklin, George Byers e a ‘Sol Shank of Consolidated Motors’, liquidantes de Columbus, Ohio, adquiriram os automóveis e os componentes que haviam sido abandonados na linha de montagem. Esses carros foram terminados por completo com peças do estoque e vendidos posteriormente como modelos de 1976.
Malcolm Bricklin seguiu no negócio de automóveis tentando revitalizar a marca Yugo na época.