A Bristol surgiu em 1910 para tornar-se mais adiante, em 1920, na ‘Bristol Aeroplane Company’, em Filton, para produzir artigos e serviços ao novo mercado de aviação do Reino Unido.
Uma série de acertados projetos de aviões lhe proporcionou um rápido crescimento, especialmente durante as duas guerras mundiais. Na Segunda Guerra Mundial, a Bristol assombrou com seus modelos, entre eles cabendo destacar o bombardeiro de combate Blenheim.
No final da guerra, a empresa decidiu utilizar parte de sua capacidade de engenharia para o desenvolvimento e fabricação de automóveis. Como é lógico, algo especial se esperava do gigante da aviação e o carro ultrapassou todas as expectativas.
A grande qualidade dos materiais utilizados para a fabricação de seus automóveis, assim como a engenharia utilizada, serviu para a empresa obter uma reputação invejável em todo o mundo.
Em 1960, a pressão política convenceu a empresa para que deixasse de combinar a fabricação de aviões com a de automóveis e assim surgiu a ‘British Aircraft Corporation’, agora propriedade do governo britânico.
Para assegurar sua autonomia, a divisão de automóveis da Bristol passou para outras mãos, e os carros Bristol, a partir de então foram equipados com motores de 8 cilindros da Chrysler.
A Bristol sempre teve uma reputação invejável como fabricante de carros de design, fabricados com materiais de qualidade superior, sem importar seu custo. Essa filosofia é baseada na fabricação dos aviões Bristol e dos motores aeronáuticos pelos quais a empresa foi fundada originariamente.
Os modelos
O primeiro modelo Bristol de automóvel foi o tipo 400, cujo protótipo foi construído em 1946. Esse modelo foi introduzido em 1947 como versão britânica do BMW de antes da guerra, tomando para isso os melhores elementos: o chassi do 326, a carroceria do 327 e o motor do 328.
O tipo 400 Saloon de 2.0 litros, logo foi substituído pelo tipo 401, do qual derivaram posteriormente o 402 Drophead Coupe e o 403 Saloon.
O tipo 400 era um Saloon de 4 lugares, enquanto que o 401, 402 e 403 eram de 5 lugares.
Em 1953 surgiu o tipo menor, o 404, que com uma carroceria mais atualizada fez desaparecer qualquer rastro de suas origens BMW. Um híbrido também foi construído com esse chassi, o tipo 404/X ou Arnolt Bristol, produzido por S.H. ‘Wacky’ Arnolt em 1953.
Em 1955 surgiram os tipos 405 Saloon e 405 Drophead. O primeiro era o único modelo com carroceria Bristol de 4 portas, enquanto que o segundo era um conversível de 2 portas encarroçado pela E. D. Abbott de Farnham.
O último modelo com motor tipo Filton foi o tipo 406, com um original incremento de potência do motor que passou de 2 a 2.2 litros. A produção deste modelo incluiu 6 tipos especiais de carroceria tipo Saloon e um Coupe, as quais foram desenhadas por Zagato - famoso designer italiano.
Os modelos com motor Chrysler
A produção da Bristol deveria incorporar motores Chrysler V8 de várias cilindradas e a partir dos 5.2 litros, incorporando também transmissão automática. Durante a última metade do século XX, a produção foi enorme. Ainda que se tratasse de uma empresa pequena, ela sobreviveu porque preenchia um nicho no mercado dirigido aos entusiastas da marca que valorizam a magnificência desses carros sem importar-se com o preço.
O primeiro modelo Bristol com motor Chrysler foi o tipo 407 de 1961, que independentemente do motor e da transmissão, suas linhas eram similares às do tipo 406.
Em 1964 surgiu o tipo 408 e dois anos mais tarde, em 1966, o tipo 409, para terminar em 1967 com o surgimento do tipo 410.
Em 1970 surgiu o tipo 411, com um motor de 6.3 litros e uma velocidade máxima de 230 km/h. Extraordinariamente para um Bristol, esse modelo continuou por mais 4 anos, não sendo substituído pelo tipo 412 até 1975.
O 412 criou uma linha divisória em relação ao aspecto exterior, já que sua carroceria conversível deveria ser produzida em 2 versões a partir de sua segunda série: O modelo para ser exportado aos Estados Unidos foi chamado 412 EEUU, e mais adiante com a série 3, a versão britânica foi chamada de Bristol Beaufighter.
Outra versão foi o Bristol Beaufort, que era baseado no Beaufighter, mas com a capota elétrica.
Em 1976, surgiu o tipo 603 e mais tarde, seu irmão maior, o Bristol Brigand, similar em aspecto, mas com um motor turbo alimentado.
Em 1994 surgiu o tipo 603 S4, ou Bristol Blenheim, que foi fabricado até o final de 1997.
Em 14 de janeiro de 1998, foi anunciado o Bristol Blenheim 2, que se tratava da última versão do tipo 603 S4. Esse carro era propulsionado por um motor Chrysler de 8 cilindros e 5.9 litros.
Em novembro de 1999, foi produzido o Bristol Blenheim 3, um modelo mais avançado em seu desenvolvimento aerodinâmico com um novo tratamento da parte frontal e outras melhoras substanciais.