A Dacia é uma marca de automóveis da Romênia que foi fundada em 1967 com o patrocínio da Renault. A fábrica principal foi construída em 1968, em Colibasi (agora Mioveni), perto de Pitesti
Durante a época comunista, na planta onde se fabricavam os modelos Dacia existiam duas linhas de montagem paralelas: uma linha produzia os modelos Dacia para o mercado romeno e a outra linha produzia o mesmo carro, mas com componentes de melhor qualidade e melhor montados, dirigidos ao mercado de exportação. Esse fato era de conhecimento geral do povo romeno, e os romenos que viviam perto da fronteira com a Hungria compravam os Dacias na Hungria e entravam na Romênia dirigindo eles mesmos.
A ideia inicial da Dacia era começar produzindo sob licença o modelo R12 da Renault, no entanto, como não conseguia adquirir o material necessário para produzi-lo, iniciou a produção de um modelo inferior, o Renault R8, que foi comercializado como Dacia 1100.
Entre 1968 e 1972 foram produzidas 44.000 unidades do Dacia 1100 com leves mudanças estéticas na frente durante esses anos. No início dos anos 70 também foi produzida uma série muito limitada - inspirada no R8TS - com 2 faróis na parte dianteira e um motor mais potente e era utilizado pela polícia e pelos aficionados da competição.
O primeiro Dacia 1300 (R12) saiu finalmente da linha de montagem em 23 de agosto de 1969, e foi exposto nos salões de Paris e Bucarest. Na Romênia teve muito boa aceitação pela confiabilidade do modelo e logo gerou uma longa lista de espera. Em 1970 já eram oferecidas diferentes versões, a versão básica 1300, a versão 1300L, e a version 1301SL (SuperLux) que incorporava vidro térmico traseiro, rádio, retrovisores em ambos os lados e uma tapeçaria mais luxuosa, e esses exemplares eram reservados para o Partido Comunista. O Dacia 1300 e suas diferentes versões foram comercializados entre 1969 e 2006.
Em 1972 começou a ser produzida uma furgoneta, nas versões 1300 Break, 1300F (sem bancos traseiros, somente carga) e outra 1300 equipada para seu uso como ambulância. Também começou a ser produzido, mas em quantidades limitadas o D6 - versão do Renault Estafette.
No Salão de Bucarest de 1979 foi apresentado o Dacia 1310, com mudanças nos faróis dianteiros, as lanternas na parte traseira, para-choques redesenhados e novos acabamentos interiores, herdados das mudanças que haviam sido feitas no Renault 12 em 1975. No Reino Unido e no resto dos mercados de exportação, o modelo foi comercializado com o nome de Dacia Demen. Suas características na versão mais equipada apresentavam uma transmissão manual de 5 velocidades, rodas de liga leve e vidros elétricos. Por ser considerado antiquado, não teve muita aceitação entre o público britânico, que preferia carros japoneses, coreanos e malaios. As vendas do Dacia Demen (1310) foram muito baixas e as quantidades limitadas. No entanto, a versão Pick-up Shifter seguiu sendo vendida até 1990, como o Dacia Duster (ARO 10).
A partir de 1979 também foi produzido o Dacia 1310 Sport, e foi apresentado um protótipo de coupe esportivo denominado Brasovia baseado no 1310 e desenvolvido em uma concessionária em Brasov (daí seu nome). A produção do modelo foi aprovada e em 1983 foi posto à venda como Dacia 1310 Sport Coupe de 2 portas. Este modelo foi utilizado também em provas de Rally conduzido por pilotos como Nicu Grigoras.
Em 1980 começou a ser produzido o Dacia 2000 (versão do Renault 20). Devido à sua exclusividade era fabricado de maneira limitada e somente em duas cores: azul escuro e preto. O Dacia 2000 era reservado unicamente para o partido da elite.
Durante os anos 80 os designers da Dacia geravam novas ideias constantemente, muitas delas mantidas em segredo. Foram projetados protótipos como o Mini-Dacia de 500 cc e algumas versões do Dacia 1310 como o modelo Limousine.
Entre 1981 e 1982, foram produzidos sucessos comerciais como o Dacia 1302 Coupe, o Dacia 1304 Pick-Up e o Dacia 1305 Dropside. Estes modelos com poucas modificações estiveram disponíveis até meados de 2005.
Em 1985, apareceu o Dacia 1410 equipado com um motor de melhor desempenho, e também sua versão econômica, o Dacia 1210. Estes dois modelos se mantiveram até 1992.
Entre 1995 e 2000, também foi produzido um modelo não derivado da Renault, o Dacia Nova.
Em 1999, a Dacia passou a pertencer definitivamente ao grupo Renault.
Entre 2000 e 2003, em substituição ao Dacia Nova, foi apresentado o Dacia SuperNova, equipado com motor e transmissão Renault e opcionalmente com ar condicionado.
Em 2002, a Dacia vendeu 53.000 veículos, e mantinha uma participação de mercado de quase 50% na Romênia.
Em 2004 e 2007, foram desenvolvidos dois modelos de desenvolvimento próprio, o Logan e o Sandero, também comercializados com o emblema da Renault. Apesar de estes modelos terem sido concebidos para serem comercializados nos países em desenvolvimento, a alta demanda do Dacia Logan por parte de clientes da Europa Ocidental levou a Dacia a reprogramar-se e vendê-los também nesses países. Sob a supervisão da Renault, os modelos foram desenvolvidos tomando plataformas, motores e componentes de outros modelos da Renault, em particular do Renault Clio, o Renault Twingo e o Renault Kangoo.
Em 2005, em substituição do Dacia SuperNova foi apresentado o Dacia Solenza equipado com direção assistida e opcionalmente com airbag para o condutor.