A De Sanctis foi um fabricante italiano de carros de corrida, sediado em Roma, fundado na década de 1950 pela família De Sanctis, composta pelo pai Gino e o filho Lucio, que também gerenciavam uma grande concessionária FIAT.
Gino, originário de Abruzzo, mudou-se para Roma ainda jovem, trabalhando em uma garagem e competindo em corridas amadoras com um FIAT Balilla, o que alimentou sua paixão pela mecânica e pelas competições.
Lucio, engenheiro qualificado e piloto, impulsionou o projeto ao iniciar a construção de monopostos para a Formula Junior no final dos anos 1950, com projetos próprios que se destacaram rapidamente.
Os carros De Sanctis adotavam chassis de estrutura tubular espacial, suspensão dianteira com coil springs e braços de controle, e eixo de balanço traseiro, inicialmente equipados com motores FIAT, que os tornaram dominantes na Itália em 1959 na Formula Junior.
No entanto, enfrentaram limitações contra propulsores mais potentes como o Ford 105E ou o BMC ‘A’ series, levando à transição para motores Ford nos anos 1960, com projetos influenciados pela Brabham para Formula Junior e F3.
O logotipo da marca, um emblema circular com ‘De Sanctis Roma’ em verde sobre amarelo, englobando setas estilizadas sugerindo velocidade, simbolizava a essência dinâmica e vintage dos veículos.
Na Formula 3, os De Sanctis brilharam, especialmente com o pseudônimo ‘Geki’ (Gerardo Geki Russo), que venceu múltiplas corridas em Monza e outras pistas italianas nos anos 1964-1965, impulsionados por motores Ford Cosworth MAE e caixas de câmbio VW modificadas pela Colotti.
Em 1966, o piloto Jonathan Williams dominou o campeonato italiano de construtores (limitado a carros italianos), vencendo 10 de 16 corridas, consolidando o sucesso da marca em pistas rápidas como Monza e Vallelunga.
A empresa também produziu modelos para Formula 2, Formula 850 e Formula Ford, como uma variante de 1969 com motor Ford Cortina 1600 cc, competindo até o início dos anos 1970.
Apesar dos troféus e do reconhecimento como ‘mago de Via Arno’ (referência à oficina em Roma), a produção cessou por volta de 1970, com Gino falecendo em 1981 e Lucio em 2009, aos 83 anos, após preservar o legado com eventos como o ‘De Sanctis Day’.
Os De Sanctis representam um capítulo icônico da engenharia italiana de base, focada em inovação acessível e vitórias em categorias menores, deixando um legado de monopostos ágeis e competitivos preservado em coleções clássicas.