É claro que não se deve esperar dele o conforto e a potência de um verdadeiro Mercedes-Benz. Além do motorista e um passageiro, sobra espaço para apenas 150 litros de bagagem. A velocidade máxima é de 140 km/h. Porém, ainda assim, eles são visto em abundância, quer seja nas pequenas ruelas de Roma, nas sofisticadas avenidas de Paris, nas chiques e tradicionais ruas de Londres ou nas modernas autoestradas da Alemanha. Eles são identificados pelo visual único, compacto e estilo jovem. O pequeno, moderno, colorido e simpático smart, um automóvel com cara de Playmobil, é prático principalmente na hora de estacionar e estiloso com seu visual colorido. Ir ao centro, estacionar tranquilamente e voltar para casa sem estresse - com o smart, você vai conhecer uma nova forma de dirigir pela cidade com muito conforto, agilidade, segurança e respeito pelo meio-ambiente.
O icônico automóvel foi criado e desenvolvido por Nicolas George Hayek (empresário e visionário que inventou os famosos relógios de pulso Swatch) com a ajuda de sua equipe de designers. Ele queria desenvolver um carro pequeno, que fosse econômico, responsável ambientalmente e fácil de estacionar em espaços menores. O projeto foi inicialmente batizado de Swatchmobile, com as mesmas premissas dos relógios que ele criara: disponibilizar uma proposta de baixo custo, colorida e personalizável (algumas peças poderiam ser substituídas tal como acontece com alguns mostradores e braceletes dos relógios), sendo direcionado a um público-alvo muito específico.
Foi então que a Swatch Company assinou uma parceria com a Daimler-Benz (depois de um empreendimento fracassado com a Volkswagen) para criar o primeiro coupe urbano. O desenvolvimento começou no dia 4 de março de 1994 com a fundação da empresa MCC AG (Micro Compact Car AG) na Suíça; da fábrica localizada na cidade francesa de Hambach em 1995; e do primeiro automóvel apresentado ao público oficialmente no mês de setembro de 1997 no Salão de Frankfurt. O projeto foi batizado de “Swatch Mercedes Art Car”. O nome smart, escrito em letras minúsculas justamente para “questionar o status quo”, é a junção das letras S (de Swatch), M (de Mercedes) e da palavra ART (arte em português).
Seu conceito especial de espaço oferecia vantagens no trânsito intenso das grandes cidades, e, era justamente esse um dos maiores argumento do novo automóvel. Apesar de pequeno o smart não era frágil graças a uma espécie de célula metálica, que criava uma cabine de segurança e isolava o motorista do compartimento do motor, com grande eficiência na proteção contra pancadas. O pequeno automóvel, com apenas 2.650 mm de comprimento, pesando 720 quilos, capacidade para duas pessoas e painéis coloridos e intercambiáveis, começou a ser vendido no ano seguinte pelo sistema de reserva através dos smart Centers, como são chamadas as concessionárias da marca. Em 3 de outubro de 1998 ocorreu o lançamento oficial do smart City Coupe em 9 países europeus (Bélgica, Alemanha, França, Itália, Luxemburgo, Áustria, Suíça, Espanha e Holanda). Porém, Hayek ficou desapontado com o uso de um motor convencional (ele queria um carro híbrido ou um motor elétrico puro) e com o preço do carro, cerca de US$ 10 mil, que ficou mais alto do que o esperado. Quando as vendas iniciais tornaram-se lentas, a Swatch se retirou da sociedade, deixando a Daimler-Benz como proprietária exclusiva da divisão smart.
No dia 20 de dezembro de 1999, pouco mais de um ano após seu lançamento oficial, foi produzido o smart de número 100.000. O ano de 2000 apresentou uma novidade que mostrou a razão pela qual a marca era apontada como uma das mais modernas e influentes de seu segmento: foi pioneira ao disponibilizar acesso a internet em seus carros. Em junho desse mesmo ano, o ídolo pop Michael Jackson rende-se ao smart. O cantor compra 4 unidades do pequeno automóvel, gerando enorme publicidade para a marca no mundo inteiro. Em janeiro de 2001, o smart passou a estar disponíveis em 13 versões em vez das 6 até então comercializadas. Novas cores, novos interiores, estofados de couro, novas rodas e a introdução de novos motores, eram algumas das muitas novidades.
O pequeno automóvel passou, em 2002, por uma total reestilização com o lançamento de novas cores, um tanque de combustível maior e câmbio no volante. Nos anos subsequentes, a smart lançou a versão do compacto de quatro lugares, batizado de smart Forfour. Após a decisão de interromper a produção desse modelo, no início de 2006, a smart concentrou seus esforços exclusivamente na versão para duas pessoas. Depois de prejuízos operacionais de 4 bilhões de euros, a empresa teve sua sede transferida para a cidade de Stuttgart, quartel-general da Mercedes-Benz.
Em abril de 2007 foi lançada no mercado a nova geração do pequeno automóvel, rebatizada de smart Fortwo (tem esse nome porque é para duas pessoas), apresentada nas versões coupe e conversível, com alguns itens de série como freios ABS e controle de estabilidade EPS. A nova versão, 19 cm mais comprida que a original, teve a capacidade de carga no porta-malas ampliada para 220 litros. O consumo do compacto impressionava. Podia-se percorrer mais de 18 quilômetros com apenas 1 litro de gasolina, e na versão propelida a diesel era possível fazer 28 quilômetros com apenas 1 litro do combustível. O novo modelo seguiu os passos de seu antecessor e uma vez mais estabeleceu novos padrões quando se trata dos aspectos de segurança para veículos pequenos. A célula de segurança Tridion atua como a casca rígida de uma noz para proteger os ocupantes do veículo.
Em 2008, com os preços do combustível alcançando níveis históricos e carros de baixo consumo na moda, o momento pareceu perfeito para a empresa lançar o smart no mercado americano em uma parceria com a tradicional Penske. O grande desafio seria convencer os americanos, acostumados aos carrões e utilitários esportivos, a comprar o smart, com capacidade para apenas duas pessoas, para desfilar pelas quilométricas autoestradas do país. Os pequenos carros eram vendidos no mercado americano através de 74 smart Centers espalhados pelo país. Mas o pequeno carrinho conseguiu um feito e tanto no mercado americano: 24.600 veículos foram entregues aos clientes já no primeiro ano de vendas. Isto tornou os Estados Unidos o terceiro (hoje é o quarto) maior mercado para a marca depois da Alemanha e da Itália.
E no ano seguinte foi a vez do Brasil onde o smart Fortwo, nas versões Coupe e Cabriolet, começou a ser vendido no dia 14 de abril através de um smart Center localizado na Avenida Europa, em região nobre da capital paulista que abriga diversos show rooms de veículos de luxo. Resultado? No ano de estreia no mercado brasileiro foram comercializadas 1.053 unidades. Também neste ano o carro foi lançado oficialmente no mercado chinês, que rapidamente se tornou um dos mais importantes para a marca. Em 2014 a marca apresentou grandes novidades. Primeiro lançou a nova geração do modelo Fortwo, com novo design (faróis e grade ganharam novo formato, e foram posicionados de forma mais alta, contornados pelo novo capô, que ficou mais horizontal, resultando em uma frente mais pronunciada) e 10 cm mais largo. Em segundo anunciou o relançamento do modelo Forfour (para quatro passageiros), uma versão alongada do Fortwo, com 3.490 mm de comprimento. Os dois modelos são equipados com motor traseiro, sempre de três cilindros, que pode render 60 cv, 71 cv ou 90 cv. A transmissão pode ser manual de cinco velocidades ou automatizada de dupla embreagem de seis relações.
Hoje em dia, nos mercados onde é comercializado, o smart chama a atenção não apenas por ser um veículo inovador, voltado ao estilo de vida urbano. Muitos de seus consumidores são atraídos pelo caráter ambientalmente adequado do modelo, que oferece reduzido consumo de combustível e baixo índice de emissão de poluentes. Com o trânsito e o estacionamento tornando-se cada vez mais desafiadores nos grandes centros urbanos, a marca aposta em uma enorme demanda por seus modelos nos próximos anos.