
Tornar-se um dos maiores fabricantes de automóveis do mundo não acontece de repente. A primeira palavra que vem à cabeça quando se ouve falar em TOYOTA é qualidade. A empresa, não é de hoje, virou uma colecionadora de prêmios de excelência produtiva. Seus carros são objeto de desejo de milhares de consumidores em todo o mundo, não por acaso, já que a TOYOTA tem um alto índice de fidelização de clientes. Os mais de 70 anos da TOYOTA revelam uma história de respeito e dedicação total com foco no cliente.
Não há como falar da TOYOTA sem mencionar os feitos da família Toyoda. No final do século XIX quando o Japão iniciava seu processo de modernização, o senhor Sakichi Toyoda, filho de um humilde carpinteiro, procurava maneiras de melhorar o tear manual. Ele vivia em um pequeno povoado no qual as mulheres trabalhavam com esse objeto e procurou usar sua grande habilidade com carpintaria para facilitar o trabalho da mãe. Em 1907, ele fundou a empresa Toyoda Loom Works com um capital de 1 milhão de ienes. Foi depois de muito trabalho e de ter criado o tear elétrico que, em 1924, ele criou o primeiro tear automático com a ajuda do seu filho Kiichiro, revolucionando a indústria têxtil do país com sua visão inovadora. Os teares Toyoda ganharam mercado por apresentarem preços menores e assim começaram a ser exportados.
Sakichi e suas empresas sofreram com as crises econômicas vividas pelo Japão devido às guerras pelas quais o país passou. Mas o espírito empreendedor e criativo que Kiichiro herdou do pai não permitiu que o sucesso da família parasse. Na década de 20 ele viajou aos Estados Unidos e à Europa em busca de novidades. Nessas viagens pôde entrar em contato com a indústria automotiva. Por se tratar ainda de algo bastante novo no mercado, esse setor atraiu o senso inovador de Kiichiro. Depois de um ano da morte de seu pai, em 1930, ele começou a trabalhar no desenvolvimento de motores de combustão movidos à gasolina. Em 1933, fundou a Divisão Automobilística da Toyota Automatic Loom Works para cuidar da produção de veículos. Nesta época, o nome original da família Toyoda, foi mudado por questões de facilidade na pronuncia passando a se chamar TOYOTA.
Finalmente, em 1935, ele conseguiu produzir o primeiro protótipo de um caminhão e de um automóvel de passageiros (o modelo A1) com a renda conseguida na venda da patente do tear automático que seu pai havia inventado para uma empresa britânica e fundou, no dia 28 de agosto de 1937, a TOYOTA MOTOR CORPORATION, considerada a primeira montadora japonesa. Já no ano seguinte, começou a implantar o sistema ‘just-in-time’ em sua produção. Defendia-se que deveria ser produzido apenas aquilo que era estritamente necessário e que era preciso observar o momento adequado e as quantidades certas. Essa filosofia de se buscar fazer mais com menos gerou o conhecido Sistema de Produção Toyota, que é estudado e admirado atualmente por sua constante preocupação em aperfeiçoar-se e pela valorização do comprometimento dos seus empregados. Em seu primeiro ano de pleno funcionamento, a nova montadora vendeu exatos 4.013 automóveis.
Com uma década de vida, em 1947, a TOYOTA já contabilizava 100.000 veículos produzidos, número bastante relevante para uma época em que a indústria automobilística ainda dispunha de uma tecnologia muito débil se comparada com a atual. Além disso, o valor desse número fica ainda mais evidente quando se pensa nos prejuízos econômicos que a Segunda Guerra Mundial trouxe para a empresa. Foi, sem dúvida, uma importante marca. Os negócios da empresa começaram a se expandir para outros países, e a exportação de automóveis ganhou importância cada vez maior.
Em 1950, a empresa detinha 40% do mercado de vendas de automóveis do Japão, sendo a maior fabricante de veículos do país. Pouco tempo depois, em 1957, exportou o primeiro carro japonês (o jipe Land Cruiser) para os Estados Unidos. Mas ainda isso não era nada em relação ao que estava por vir. A TOYOTA conheceu um sucesso ainda maior quando decidiu inserir-se no mercado internacional. Foi em 1958 quando fundou a sua primeira fábrica longe de terras japonesas, aumentando seu reconhecimento e seu crescimento. O destino: Brasil.
Em 1964, além de uma forte campanha para divulgação da marca em solo norte-americano, a TOYOTA introduziu no mercado a primeira pick-up da marca com o lançamento da Stout 4x2. Nesse ano foram exportados 2.029 veículos para o mercado americano, porém com a forte campanha, o número passou para 38.073 unidades em 1967, dobrando no ano seguinte com a introdução do modelo Corolla. Nos anos seguintes a marca japonesa introduziu no mercado modelos que se tornariam líderes em vendas como a pick-up Hilux, o luxuoso sedan Camry, o utilitário esportivo RAV4 e o compacto híbrido Prius. Além disso, em 2002 a montadora criou a Scion, uma marca voltada para o mercado americano com o objetivo de desenvolver modelos especificamente voltados para o público jovem, onde a TOYOTA poderia inovar, testar coisas novas e criar novos designs de automóveis. Marca que foi desativada recentemente.
A eficiência e sua obsessão em tornar-se a maior montadora do mundo já pode ser vista em 2005, quando, segundo uma matéria da Newsweek International, a TOYOTA obteve lucros recordes de US$ 11 bilhões, que ultrapassaram os ganhos da GM, Ford e DaimlerChrysler, juntas. Finalmente, em 2007, a TOYOTA tornou-se a maior empresa automobilística do mundo, o que era previsto somente para o ano seguinte, desbancando a gigante americana General Motors. Mas a grave crise financeira que assolou o mundo em 2008, colocou em xeque a eficiência da TOYOTA: um prejuízo líquido de US$ 4,4 bilhões. Esta foi a primeira vez que a TOYOTA encerrou um exercício fiscal com resultado operacional no vermelho desde que começou a publicar seus resultados financeiros, em 1941.
No início de 2009, Akio Toyoda, neto do fundador da empresa, e um executivo com ampla experiência internacional, foi escolhido para o cargo de presidente com a missão de conduzir a montadora em meio à crise econômica e à queda global nas vendas. Mas o período negro não parou por aí: recentemente um recall de mais de 10 milhões de veículos colocou em cheque a sempre inabalável qualidade da montadora japonesa, custando bilhões de dólares para os cofres da empresa. Mesmo assim, sua imagem parece não ter sido tão abalada e os resultados financeiros positivos recentes provam que a TOYOTA é uma empresa diferenciada no setor automobilístico.