1º CLÁSSICOS BRASIL ACONTECE NESTE FINAL DE SEMANA NO CLUBE HÍPICO DE SANTO AMARO, EM SÃO PAULO

De 23 a 25 de janeiro acontece o 1º Clássicos Brasil, que já chega com o título de maior encontro brasileiro de carros clássicos nacionais, no Clube Hípico de Santo Amaro, em São Paulo. Além da exposição, os automóveis participantes serão avaliados e premiados os mais originais de cada época.
A avaliação será de acordo com a orientação da Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA), em que serão consideradas, principalmente, originalidade e importância histórica. “Como qualquer prêmio idôneo, os critérios precisam ser estabelecidos, organizados, comunicados aos participantes para servirem de base aos jurados”, afirma José Ricardo de Oliveira, da ZR Soluções Automobilísticas, organizador e realizador do Clássicos Brasil. “Queremos que este prêmio tenha reconhecimento e carregue com ele a qualidade e importância do nosso evento e que seja o reconhecimento ao expositor”, completa.
Os carros serão classificados dentro de uma das cinco categorias, divididas por períodos: categoria JK (veículos fabricados até 1960), Tropicalismo (entre 1961 e 1966), Milagre Brasileiro (entre 1967 e 1973), Geração Disco (entre 1974 e 1982) e Nova República (entre 1983 e 1992).
A categoria JK retrata a infância da indústria automobilística brasileira, com os primeiros modelos fabricados por aqui, ainda com algumas (ou muitas) peças importadas e similares aos modelos de origem das matrizes das fábricas.
Com o desenvolvimento da indústria brasileira entre 1961 e 1966, os veículos passaram a ter alto índice de nacionalização (mais de 90%) e isso incrementou a indústria de autopeças nacional. Projetos, alterações e modelos brasileiros, exclusivos surgiram, consolidando o parque industrial do Brasil. Neste contexto serão julgados os automóveis inscritos na categoria Tropicalismo.
Entre 1967 e 1973 - que refere-se a categoria Milagre Brasileiro - aconteceu um grande desenvolvimento, devido a diversos investimentos das fábricas, fortalecendo ainda mais nossa indústria. Isso durou até a crise mundial do petróleo, no ano de 1973.
A categoria Geração Disco, dois fatores importantes marcaram esta época: o lançamento de uma nova geração de carros médios, menores e mais econômicos - uma forma encontrada para sobreviverem a crise do petróleo - e o fechamento do mercado para importações de automóveis a partir de 1975. Isso mudou todo o cenário de produtos e do mercado Brasileiro nessa década.
A última categoria, Nova República, engloba os veículos fabricados entre 1983 e 1992. Nesta época as grandes fábricas se globalizaram e surge o conceito do "Carro Mundial", fabricado em diversos países e com componentes vindos de diversas fábricas, fornecedores e filiais de vários países. Isso até a abertura das importações pelo governo no inicio da década de 1990. Vale ressaltar que para efeito de premiação são considerados veículos com mais de 30 anos de fabricação.
Um pouco de história: A evolução e o início de uma nova era
- Transição anos 60/70: Chevrolet Opala, Ford Corcel, Dodge Dart, Ford Maverick, Chevrolet Chevette.
Os últimos anos da década de 60 foram muito empolgantes para a indústria automobilística brasileira. A incorporação da Willys pela Ford, da Simca pela Chrysler e da DKW-Vemag pela Volkswagen, apesar de prenunciar o fim de modelos que tanto gostávamos, como o DKW, o Simca, o Aero-Willys e o Renault Gordini – o que certamente causou uma onda de ‘tristeza’ para aqueles que viveram essa época –, prometia o início da evolução de nossos carros.
A começar pela Volkswagen, que em 1967 tomou a atitude decisiva para a manutenção do sucesso de seus modelos: aumentou a potência dos motores, que passaram de 1.200 cm3 para 1.300 cm3 para o Sedan e 1.500 cm3 para a Kombi e o Karmann-Ghia. Se assim não fosse feito, toda a linha não poderia competir com os modelos concorrentes que estavam chegando.
O grande lançamento da década, no entanto, partiu de uma marca que até então só produzia utilitários: o Chevrolet Opala. Em 1969 chegaram as quatro versões do sedã de quatro portas, duas com motor de 4 cilindros (2.500 cm3) e duas com motor de 6 cilindros (3.800 cm3), com os acabamentos Luxo e Especial.
No mesmo ano a Ford, que tinha nas mãos a linha Willys, aproveitou o projeto que traria o sucessor do Renault Gordini e lançou, com estardalhaço, o Ford Corcel. É isso mesmo, o nosso querido Corcel era mesmo um Renault. Dois grandes carros para fechar uma década de evolução e aprendizado. As versões cupê de duas portas do Corcel e do Opala vieram para completar as linhas vencedoras.
Enquanto isso, a Volkswagen buscava opções para seus modelos, que agora pareciam fora de época. O VW 1.600, chamado inicialmente de ‘Volks de quatro portas’, pode não ter sido um grande sucesso, mas com ele vieram depois os campeões de vendas com motores refrigerados a ar, a perua Variant, o hatch TL e o esportivo Karmann-Ghia TC.
Da parte da Chrysler, que deu seu nome aos velhos Simca, veio o potente e robusto Dodge Dart, inicialmente com quatro portas e depois cupê de duas portas, com uma linha de grande beleza e apelo esportivo, apesar do tamanho. É que o Charger R/T acabou se tornando o grande desejo dos motoristas da época.
Mesmo dando continuidade à linha Willys, com o Aero e o Itamaraty, a Ford trouxe para ser produzido no país o Maverick, aqui considerado um carro grande. Não era, mas era potente e robusto, com três motores disponíveis, o velho seis cilindros do Aero, o V8 de 200 cv igual ao dos carrões norte-americanos e, em uma segunda etapa, o pequeno mas competente quatro cilindros.
Desengonçado e com um espaço ínfimo para os passageiros do banco traseiro, o Ford Maverick quatro portas veio minimizar essa imagem negativa.
Todos esses carrões, no entanto, viraram vilões da noite para o dia, quando a primeira crise mundial do petróleo, em meados dos anos 70, fez os brasileiros tomarem conhecimento que existia algo preocupante em seus automóveis: o alto consumo de gasolina. Essa foi uma das razões do sucesso do Chevrolet Chevette, que chegou em 1973 já alardeando a sua versatilidade e o baixo consumo de combustível.
SERVIÇO: 1º CLÁSSICOS BRASIL
Data: 23 a 25 de janeiro de 2015
Local: Clube Hípico de Santo Amaro - Rua Visconde de Taunay, 508, Santo Amaro
Horário: Dia 23/01: Abertura para o público às 12h / Dias 24 e 25/01: Abertura para o público a partir das 8h