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A RAINHA DE LE MANS: ANNY-CHARLOTTE VERNEY

30/08/2024

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A RAINHA DE LE MANS: ANNY-CHARLOTTE VERNEY

Anny-Charlotte Verney é a mulher que mais vezes participou nas 24 Horas de Le Mans, por isso é considerada a rainha da lendária corrida de resistência. Ela também competiu em dez edições do Paris-Dakar. Um verdadeiro mito da competição, a piloto francesa desfruta hoje de uma vida tranquila no sudoeste de seu país natal.

“Na verdade, eu sempre fiz o que quis”, afirma Anny-Charlotte Verney na varanda de sua casa perto de Biarritz. Aos 81 anos, usa óculos de piloto de cor azul clara e conta sua história como se ela mesma estivesse surpresa com tudo o que conseguiu na vida.

Uma mulher imparável

Para entender sua paixão pela competição, é preciso voltar a 1949. Naquela época, seu pai, Jean-Louis François Verney, era o Vice-presidente do Automobile Club de l’Ouest (ACO), organizador das 24 Horas de Le Mans, e a levou para ver a corrida em sua cidade natal. “Algum dia”, disse Anny-Charlotte com apenas seis anos, “eu também vou competir aqui”.

Seu pai a despediu com um carinhoso “Oui, oui”. Anos depois, sua mãe Johanna se viu em uma situação semelhante em um desfile de moda. “Algum dia eu também vou fazer isso”, disse Anny-Charlotte, apontando para as modelos. “Claro, claro”, respondeu sua mãe sem dar muita importância. No entanto, tanto o pai quanto a mãe deveriam ter conhecido melhor a filha mais nova, que, quando se propunha a algo, sempre chegava até o fim. “Se eu digo que vou fazer algo, eu faço”, declara Anny-Charlotte Verney ainda hoje.

Com 21 anos, ela se tornou independente, entrou em uma escola de modelos e logo se tornou a imagem de marcas como L’Oréal e Hermès, o que a levou a viajar pelo mundo durante quatro anos. Então, retomou suas antigas aspirações profissionais e se inscreveu na escola de pilotos ‘L’école de pilotage Bugatti’ de Le Mans. E, junto com ela, outros 149 candidatos. Anny-Charlotte era a única mulher e apenas os 50 melhores poderiam seguir adiante. “Não é mais do que um rosto bonito”, comentaram muitos competidores. Outros achavam que ela estava lá apenas por ser quem era. Seu pai era uma lenda em Le Mans, mas tudo vem de mais atrás, já que seu avô, Louis Verney, foi um dos fundadores da corrida em 1923. Anny-Charlotte terminou em nona posição e a Citroën a escolheu no final de sua formação para pilotar durante uma temporada o Citroën MEP, um monolugar de corridas, em 1972.

Ela também não podia reclamar de tédio em outros aspectos, pois conciliava sua atividade esportiva com o trabalho na empresa de transportes de seu pai. E, para completar, em 1970 teve o primeiro de seus três filhos. E continuou competindo.

A estreia

Em 1974, seu patrocinador lhe deu uma grande oportunidade: a BP a incluiu na linha de pilotos para competir em Le Mans ao volante do Porsche 911 Carrera RSR. Seus pais ficaram sabendo pela imprensa.

O pai, um homem sempre tranquilo e reservado, quase teve um infarto. Pouco antes da prova, ele suplicou: “Se o ritmo for muito rápido, abandone!”. “Claro, claro, papai”, brincou Anny-Charlotte, “no final da reta de Les Hunaudières, eu ligo as setas e paro”. Ela se referia ao trecho onde se atinge a máxima velocidade.

Na largada, com todos os carros juntos, seu pulso acelerou. “O que estou fazendo aqui?”, ela se perguntava durante as duas ou três primeiras voltas, até que conseguiu se sentir confortável. Hoje, ela lembra disso com grande felicidade. “Às quatro da manhã o ar estava mais fresco e o carro estava perfeito. É impossível imaginar uma noite mais maravilhosa do que aquela”.

Quando perguntada sobre por que gostava tanto das corridas, ela responde em francês que é pela ‘bagarre’, ou seja, pela ‘luta’. “Queria ganhar a todo custo!” E o medo? “Eu estava tão concentrada ao volante que nunca o senti”.

Agora, está sentada em sua luminosa sala de estar. Ao lado do sofá, há um quadro de um pescador no mar Caribe e, junto à mesa de jantar, uma foto dela mesma no circuito de Le Mans. Então, ela coloca algumas fotos sobre a mesa. Em uma delas, seu pai lhe entrega um troféu; em outra, seu avô Louis com uma barba espessa. Ele não chegou a ver a corrida da neta, já que faleceu em 1945. No entanto, diz-se que ela herdou seu caráter vivo e animado.

Dez participações nas 24 Horas de Le Mans

Verney guarda seus troféus em uma estante. Entre os sucessos conquistados em Le Mans estão sua vitória de 1978 na categoria GT com um Porsche 911 Carrera RSR ou seu sexto lugar na geral, em 1981, com um Porsche 935 K3. Com este último veículo, ela também alcançou sua velocidade máxima pessoal, 358 km/h. Participou dez vezes da lendária corrida de resistência, mais do que qualquer outra mulher, e em nove ocasiões fez isso ao volante de um Porsche, desde um 911 Carrera RSR até um 934, passando por um 935 K3 e um Carrera RS.

“Um Porsche é um Porsche”, afirma com apreço. E acrescenta que para corridas como Le Mans ou Daytona, onde também competiu, não havia carro melhor e mais confiável. E qual é o motivo de hoje não ter nenhum Porsche na garagem?: “Não quero que me tirem a carteira de motorista!”, comenta sorridente. Na França, há limites de velocidade muito rigorosos.

Quebra de um eixo no deserto

Verney fez uma reserva no restaurante de um clube de golfe para almoçar. Na varanda do clube, com vista para o verde do campo e o azul do oceano Atlântico, nos conta suas aventuras entre Paris e Dakar. Correu dez vezes neste famoso rally e outras tantas na África com vários veículos, embora nenhum de Zuffenhausen. Em sua primeira participação no Dakar, em 1982, levou como copiloto uma figura famosa, Mark Thatcher, filho da Primeira Ministra britânica.

No entanto, não tiveram sorte e, poucos dias depois, o eixo traseiro quebrou no meio do Saara. E, o que era ainda pior, antes disso, haviam se desviado da rota. À noite, as temperaturas caíam para cinco graus abaixo de zero e durante o dia subiam quase a 40. Ao redor, a mais absoluta solidão, apenas areia vermelha, alguns arbustos e a dúvida se alguém os encontraria. Verney, Thatcher e o mecânico tinham comida e bebida apenas para um dia.

Enquanto os grupos de busca saíam em massa, os perdidos tomavam seu último gole de água potável. Mais tarde, esvaziaram a água de refrigeração do carro e Anny-Charlotte chegou a beber seu perfume. Levou seis dias para encontrá-los. “Dois dias a mais e não contaríamos a história”, afirma convencida.

Apesar da experiência, voltou ao Dakar outras nove vezes. E também a outras competições. Os acidentes não conseguiram fazer com que desistisse de seu objetivo. Em 1973, no Rally Bandama da Costa do Marfim, sofreu inúmeras fraturas e sobreviveu por um milagre. No Rally Paris-Dakar de 1990, deu sete voltas de cambalhota e o carro ficou ‘amassado como uma crepe’. C’est la vie, afirma, e considera algo normal que pode acontecer ao praticar esse tipo de esporte.

Sua última corrida foi em 1992. Naquele ano, no percurso de Paris a Cidade do Cabo, fez a mesma pergunta pela segunda vez na vida: “O que estou fazendo aqui?”. Mas desta vez não conseguiu encontrar uma resposta positiva, então era o momento de parar. Mais tarde, passou dez anos na República Dominicana e depois se mudou para a Flórida. Agora voltou à França e, naturalmente, vai todo ano assistir às 24 Horas de Le Mans.

Pode-se dizer que ela ainda está fazendo o que quer. Joga golfe três vezes por semana, faz pilates e cuida de seus negócios. Quando lhe apetece, entra no carro e vai até a Espanha visitar amigos e familiares. “O que mais posso pedir?”, pergunta a rainha de Le Mans enquanto nos despede com um firme aperto de mão. São quase quatro da tarde, a hora em que sempre começa a corrida em sua cidade natal.

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