CHEVROLET OPALA, 50 ANOS DA PEDRA PRECIOSA DA GM DO BRASIL
Hoje, dia 19 de novembro de 2018, comemoram-se os 50 anos de lançamento do Chevrolet Opala, ícone da indústria automobilística brasileira. É uma data importante porque até então a fabricante norte-americana estabelecida no Brasil desde 1925 e que desde então produzia somente caminhões e utilitários, lançou o seu primeiro veículo de passeio.
“Quem esperava o carro certo, te saúda e te ama e te louva, Chevrolet Opala”. Com essas palavras a GM anunciava nas revistas a chegada do seu primeiro automóvel brasileiro, lançado no 6º Salão de São Paulo de 1968, na época ainda sediado no Parque do Ibirapuera. Com o nome de uma pedra preciosa, o Opala fez brilhar a gravatinha da Chevrolet no país.
O Opala foi desenvolvido a partir do Opel Rekord alemão. Foram dois anos de desenvolvimento para adequar o modelo as condições de piso e clima brasileiro. Quando lançado o modelo era oferecido com carroceria de quatro portas em duas versões de acabamento (Standard e De Luxo) e duas de motor - 2500 de quatro cilindros (80 cv) ou o 3800 de seis cilindros (125 cv). A transmissão era manual de três velocidades, com alavanca na coluna de direção.
Internamente ambas as versões traziam dois bancos inteiriços com capacidade para transportar seis passageiros. O acabamento podia seguir a cor da pintura externa, vermelho na carroceria e bancos e painéis das portas em vermelho, por exemplo. Em 1969 já haviam sido vendidos 10 mil Opalas.
Em junho de 1970 era lançada a versão esportiva SS, ainda com a carroceria sedan. Distinguia-se pelas faixas pretas no capô, laterais e na traseira, rodas esportivas de tala de 5 pol. Internamente os bancos eram individuais, volante de três raios e aro de madeira e um pequeno conta-giros no lugar do relógio. Trazia como novidades os freios a discos na dianteira, a alavanca de câmbio (de quatro marchas) no chão e vigoroso motor 4100 de seis cilindros que rendia 138 cv e 284 Nm de torque.
Em 1975, é lançada a perua Caravan, uma das poucas peruas de grande porte feitas no Brasil. Como era opção do mercado naquela época somente a versão de duas portas foi oferecida. A novidade para o início da década de 1980 é a chegada da versão Diplomata, a mais luxuosa da linha Opala.
Sinônimo de Opala
Durante a década de 80, o nome Diplomata acabaria por se tornar sinônimo de Opala. Sem a concorrência dos Dodge Dart V8, que saiu de linha em 1981, nem do Ford Galaxie e derivados a partir de 1983, ele se tornaria o único nacional de luxo a oferecer na época um motor que não fosse de quatro cilindros.
Já na linha 1988, visual do Opala se aproximou ao do Monza com a inclusão de novos faróis de formato trapezoidal. No interior as novidades eram o volante de três raios e o grafismo do painel que agora tinha os instrumentos iluminados de forma indireta. Entre os recursos raros, havia volante com regulagem de sete posições, temporizador dos vidros elétricos, luz interna direcional, saída de ar-condicionado para o banco traseiro, alarme antifurto e aviso sonoro de faróis ligados e porta aberta em movimento. Esse ano também viu a despedida da versão coupe do mercado.
Outra novidade era a chegada da nova transmissão automática de quatro velocidades da marca alemã ZF. O modelo do câmbio 4HP-2A podia equipar tanto os modelos de quatro ou seis cilindros e no exterior esteve presente em modelos da BMW, Jaguar, Peugeot.
Despedida de um ícone
A partir do final dos anos de 1980, rumores davam conta que a Chevrolet preparava o a chegada do sucessor do Opala. Algumas revistas especializadas apontavam para a chegada dos modelos alemães Opel Senator ou Omega para sucedê-lo.
Para 1991, os para-choques ficavam envolventes, o quebra-vento era eliminado e os retrovisores, embutidos. As rodas passaram a ser de 15 polegadas calçadas com pneus de perfil baixo, os freios eram a disco nas quatro rodas e a direção hidráulica progressiva Servotronic da ZF, havia a opção da transmissão manual de cinco velocidades. No ano seguinte, a série especial Collector anunciava o canto do cisne da linha Opala. Essa versão de coleção tinha tiragem limitada a 100 veículos e trazia uma pasta em couro legítimo com uma carta de apresentação, uma fita VHS contando a história do modelo e caneta e chaveiro banhados a ouro. O nome ‘Collector’ vinha gravado nas laterais e no emblema do centro do volante.
Em 16 de abril de 1992 as últimas unidades do Opala deixaram a linha de produção da planta de São Caetano do Sul. Foram produzidos 1 milhão de Opalas durante pouco mais de duas décadas. Hoje passados 26 anos do fim de sua produção o Opala ainda atrai uma legião de fãs pelo Brasil.