DS OU ALFA ROMEO, O DILEMA ENFRENTADO POR FCA E PSA APÓS SUA FUSÃO

A fusão do Groupe PSA e Fiat Chrysler Automobiles já é oficial. Ambas as empresas concordaram em unir-se para dar vida àquele que será o quarto maior fabricante de automóveis a nível mundial, um autêntico gigante da indústria. São muitas as marcas de carros que serão afetadas pela união entre FCA e PSA. Por exemplo, a Lancia se beneficiará desta fusão para reforçar sua posição no mercado italiano e talvez alçar outros voos na Europa.
Agora resta saber o que acontecerá com as duas marcas Premium que este novo fabricante terá sob seu guarda-chuva. Lembrando que uma vez unidas FCA e PSA, a empresa resultante terá em seu poder tanto a DS Automobiles como a Alfa Romeo. Duas marcas de luxo que não estão atravessando seu melhor momento. São tempos complicados para estas marcas que buscam arrebatar vendas das poderosas marcas alemãs e ficar com sua particular fatia em um mercado tão competitivo, particularmente como é o europeu.
O futuro mais imediato da DS e da Alfa Romeo dependerá da decisão que será adotada pelo novo grupo automobilístico, já que a situação atual de ambas as marcas é muito complexa. Basta analisar rapidamente como se encontram as duas empresas para perceber que precisarão de um plano estratégico específico para cada uma delas.
Por um lado, temos a DS. A verdade é que nos últimos tempos as coisas melhoraram de maneira considerável para a marca francesa. O lançamento do DS 7 Crossback e mais recentemente do DS 3 Crossback e sua versão elétrica, o DS 3 Crossback E-Tense, permitiu rejuvenescer em grande medida a linha de produtos da marca. Entre os meses de janeiro e setembro de 2019 suas vendas alcançaram as 43.700 unidades, o que significa um crescimento de 8.2% em relação ao mesmo período do ano anterior.
No entanto, além destes dois crossovers, o resto dos modelos da DS continuam retrocedendo e perdendo terreno em relação às alternativas que podemos encontrar em seu segmento. Além disso, dois deles abandonarão o mercado em breve. É urgente que a DS complete a renovação de sua linha e introduza mais modelos.
Quanto à situação da Alfa Romeo, é igualmente muito delicada. As vendas da marca italiana fecharam o ano passado abaixo das 100.000 unidades, o que se traduziu em uma queda de aproximadamente 25% em relação a 2018. Inclusive a Lancia vende mais carros que a Alfa Romeo. A falta de novos modelos em segmentos que geram maior quantidade de emplacamentos está sendo um fator determinante.
A ofensiva de produto da Alfa Romeo iniciou há alguns anos com o lançamento do Giulia e do Stelvio. No entanto, desde a introdução destes dois novos modelos a marca deixou de lado a renovação de sua linha. Inclusive vimos a saída pela porta dos fundos do Alfa Romeo MiTo. É urgentemente necessário o lançamento do esperado crossover compacto, o Alfa Romeo Tonale. Sua chegada será vital para animar as vendas da marca e reconduzi-la para o caminho do crescimento.