DUPONT MODEL G WATERHOUSE ROADSTER 1929: A EXCLUSIVIDADE SOB MEDIDA DA ERA DOURADA
O final da década de 1920 foi um período marcado pelo otimismo econômico nos Estados Unidos, e poucas marcas refletiam tão bem o espírito de luxo e exclusividade daquela época quanto a DuPont. Em 1928, a empresa lançou o Model G, seu modelo mais ambicioso, que serviria de base para algumas das criações mais elegantes da carrozzeria americana. Entre elas, destacou-se o Waterhouse Roadster de 1929, um automóvel que unia desempenho, requinte e estilo sob medida.
A base mecânica do Model G era um chassi robusto, equipado com motor de 8 cilindros em linha Continental, de 5.3 litros e cerca de 125 cv de potência - uma cifra considerável para a época, suficiente para impulsionar o carro a velocidades superiores a 130 km/h. A transmissão manual de 3 velocidades e a suspensão reforçada completavam o conjunto, garantindo dirigibilidade adequada a um automóvel que era tão imponente quanto exclusivo.
O diferencial estava, sobretudo, na carroceria. A Waterhouse Company, de Webster, Massachusetts, era uma das encarroçadoras mais prestigiadas dos Estados Unidos, reconhecida por suas linhas elegantes e proporções equilibradas. O Roadster de 1929 trazia um desenho clássico, com longos para-lamas dianteiros, capô estendido, rodas aramadas e uma traseira fluida, acompanhada de compartimentos externos para bagagem e estepe duplo.
O interior refletia o requinte esperado de um DuPont: acabamento em couro de alta qualidade, instrumentos bem-dispostos no painel e espaço para apenas dois ocupantes, reforçando o caráter esportivo e elitista do roadster. Cada exemplar era feito praticamente sob encomenda, adaptado aos gostos do cliente, o que fazia com que não houvesse dois carros exatamente iguais.
O DuPont Model G Waterhouse Roadster de 1929 foi produzido em número extremamente limitado. Estima-se que a DuPont tenha fabricado apenas 273 automóveis em toda sua história, e desses, uma pequena fração corresponde a carrocerias assinadas pela Waterhouse. Por isso, cada sobrevivente desse modelo é hoje tratado como obra de arte automotiva, frequentemente alcançando valores milionários em leilões e figurando em coleções de destaque.
Mais do que um automóvel, ele representa a filosofia da DuPont Motor Car Company: luxo artesanal, exclusividade absoluta e desempenho à altura dos melhores do mundo. Um verdadeiro ícone da chamada ‘era dourada’ do automóvel americano, que infelizmente seria interrompida pouco depois pela Grande Depressão de 1929.