FABRICANTES CHINESES NEGAM INTERESSE EM ADQUIRIR A FIAT CHRYSLER

No início da semana, a Automotive News deu a notícia: suas fontes indicavam que diretores da Fiat Chrysler Automobiles e de alguns fabricantes chineses estavam negociando a compra do gigante ítalo-americano por uma soma desconhecida. Essa informação não havia sido de origem oficial, mas informal.
Especulou-se muito sobre uma união da FCA com outro grande fabricante ocidental para formar um grupo mais forte, mas parece que essa via está esgotada. Porém, existe outro caminho, aquele em que algum outro fabricante fique com a FCA, e os chineses são candidatos óbvios.
A FCA é um dos três grandes fabricantes americanos, além da General Motors e da Ford. A aquisição da FCA permitirá ao seu comprador ter acesso ao suculento mercado dos EUA, que é o segundo mais volumoso do mundo e muito rentável. No entanto, a FCA vem perdendo fôlego em vários segmentos importantes e não está na melhor posição.
Depois da malograda união com a Daimler, a Chrysler precisou da ajuda dos governos dos EUA e do Canadá após declarar-se inadimplente em 2009. A empresa foi resgatada com a colaboração da Fiat SpA e o fundo de pensões do sindicato United Auto Worwers (UAW). Ao longo de 2014 a Fiat e a Chrysler se integraram em uma nova empresa, a FCA US.
Hoje a FCA conta com um acervo numeroso de marcas: Abarth, Alfa Romeo, Chrysler, Dodge, Fiat, Fiat Professional, Maserati, Jeep, RAM e SRT. A Lancia encontra-se em processo de extinção na Itália e a Ferrari é uma empresa independente desde o ano passado. Em 2016 a FCA declarou 1.8 bilhões de euros de lucro.
Seu patrimônio líquido é de quase 16.5 bilhões de euros no fechamento do exercício de 2016. É uma quantia um pouco elevada, é verdade. De acordo com a Automotive News, a FCA já recebeu uma oferta de compra que não foi suficientemente alta, certamente foi abaixo desse número. Além disso, a FCA controla uma área de negócio de componentes: Comau, Magneti Marelli, Mopar e Teksid.
Os potenciais fabricantes chineses que poderiam comprar a FCA e que foram mencionados pela Automotive News são: Great Wall, Dongfeng, Geely e Guangzhou Automobile (GAC). Porém, ao longo desta semana sucederam vários desmentidos destas empresas, com exceção da Great Wall, que permanece em silêncio por enquanto.
Na quarta-feira a Reuters informou que a Geely não estava interessada na operação com estas palavras: “Não temos esses planos por enquanto”. A Geely é o fabricante por trás da Volvo, da Polestar e da emergente Lynk & Co. Seu diretor executivo não descartou que outros fabricantes chineses estivessem interessados na FCA.
O Dongfeng Motor Group, que possui 13,7% do capital do Grupo PSA, também se desligou desse rumor: “No momento não temos planos”, disse um porta-voz em Wuhan. Os jornalistas haviam perguntado se a Dongfeng estaria interessada na FCA, em alguma marca concreta, ou em uma área de negócio da FCA.
A agência Reuters também repercutiu a negativa do Guangzhou Automobile Group (GAC). As palavras foram: “Neste momento não temos planos para adquirir a Fiat Chrysler”. Esse grupo é um dos sócios tecnológicos da FCA na China, já que o governo chinês obriga os fabricantes estrangeiros a produzir junto com sócios locais se não quiserem ter seus carros inflados por impostos. Em sua atual joint-venture, a GAC produz o Fiat Viaggio, baseado no Dodge Dart.
Por enquanto a Great Wall foi o único grande fabricante chinês que não se pronunciou sobre a FCA. Mas é preciso não se esquecer da BAIC, fabricante chinês com o qual a FCA explora desde o final do ano passado uma nova joint-venture para expandir-se no mercado asiático.