FERRARI F512 S MODULO BY PININFARINA EM MOVIMENTO PELA PRIMEIRA VEZ EM DÉCADAS

O colecionador e fundador da Scuderia Cameron Glickenhaus, James Glickenhaus, há quatro anos convenceu o pessoal da Pininfarina para que lhe vendessem o Ferrari F512 S Modulo, um espetacular protótipo de salão apresentado em 1970. Agora, após extensos trabalhos de restauração, o radical concept do encarroçador italiano voltou a ser funcional e inclusive pôde rodar pela primeira vez em décadas.
A Scuderia Cameron Glickenhaus divulgou várias imagens e vídeos do modelo durante a última etapa dos trabalhos de restauração, tornando-se pela primeira vez em muitos anos que o pequeno protótipo pôde ser visto rodando sozinho.
Apresentado no Salão de Genebra de 1970, o Modulo era baseado em um dos poucos chassis fabricados do Ferrari F512 S, um radical modelo de competição de dois lugares destinado ao Campeonato Mundial de Construtores, do qual tomava também todos os elementos mecânicos e de chassi. Só assim conseguiram criar um modelo com dimensões e formas tão radicais, no estilo do Lancia Stratos HF Zero, que Bertone apresentou em Turin nesse mesmo ano.
Contava com o mesmo motor V12 de 5.0 litros do Ferrari F512 S, que entregava 558 cv e surgia acoplado a uma transmissão manual de cinco velocidades, anunciando uma aceleração de 0 a 100 km/h em somente 3,1 segundos com uma velocidade máxima de 350 km/h. Números impossíveis para qualquer modelo de rua da época e que nunca puderam ser demonstrados, pois o Modulo permaneceu durante muitos anos como um mero modelo estático, embora contasse com todos os seus componentes mecânicos intactos.
Embora o mais marcante sejam as linhas que Paolo Martin desenhou para o modelo, pois conta com um perfil quase impossível, tão baixo que o teto envidraçado tipo carlinga é uma necessidade real e não um capricho de design, já que acessar o habitáculo seria muito difícil com um sistema mais convencional. O carro pesa 900 kg, mede 4.480 mm de comprimento, 2.040 mm de largura, 935 mm de altura e conta com uma distância entre-eixos de 2.405 mm. Seu diferente design lhe valeu o título de Ferrari mais estranho de todos os tempos, um título bem merecido.
Durante anos foi uma das peças mais chamativas do museu Pininfarina, e a partir do momento em que Glickenhaus adquiriu o veículo, advertiu que o carro seria atualizado e regulado para devolver-lhe seu status funcional, embora não acreditemos que chegarão a colocar a prova todo o seu potencial para comprovar se as estimativas de Pininfarina estavam corretas.