FIAT QUER MAIS RENTABILIDADE COM O MESMO VOLUME

A grande montadora italiana sofrerá grandes alterações. A Fiat continua numa espécie de hibernação, da qual Sérgio Marchionne quer acordá-la já em 2015. Como? Atacando o mercado europeu com o substituto do Punto, uma linha completa de modelos “low cost” para fazer oposição à Dacia e promover o regresso dos esportivos à linha da Fiat.
Tudo terá início no final de 2015 com o primeiro modelo “low cost”, um sedã, seguido por um cinco portas e uma perua, já em 2016. Finalmente, em 2017 aparecerá o SUV. Ou seja, uma linha que copia a Dacia. Porém, fontes da Fiat informam que a ideia é colocar a linha italiana entre a marca do grupo Renault e o Citroën Cactus.
Sendo modelos “low cost”, os quatro veículos que serão lançados terão a mesma base para aumentar as economias de escala e base de preços mais baixos. Mas a Fiat não quer baixar a qualidade, preferindo olhar mais para aquilo que a Citroën oferece com o C-Elysée e principalmente com o Cactus. Ou seja, maior versatilidade e menos desespero pelo preço mais baixo.
Sérgio Marchionne confirmou também que a Fiat terá um modelo esportivo e será aquele que estava planejado para a Alfa Romeo e que foi preterido devido ao novo alinhamento da marca de Arese. Assim, o projeto não vai parar ao lixo, porém abandona o símbolo da Alfa Romeo, recebendo o da Fiat. Segundo fontes do grupo, o modelo não cabia na nova estratégia Alfa Romeo de “Made in Italy”.
O plano de renovação apresentado na conferencia da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) nos EUA, confirmou também que a Fiat, particularmente no mercado europeu, será dividida em duas, sendo uma racional e funcional onde vão ser desenvolvidos e produzidos modelos inspirados no Panda, e outra emocional onde brilham os modelos da linha 500.
Toda esta estratégia foi pensada, segundo Olivier François, chefe da Fiat, para permitir à marca de Turin ser competitiva nos segmentos inferiores do mercado, e também nos segmentos superiores com modelos como o 500, filão que parece inesgotável. Desta forma, a Fiat será capaz de funcionar nas duas partes do mercado.
Segundo o plano da Fiat, do lado racional e funcional vão estar o substituto do Punto e os já referidos modelos “low cost”. O Punto conhecerá o seu sucessor apenas em 2016. No lado emocional e do “status” surgirá um novo SUV que terá o nome de 500X, sendo o irmão europeu do Jeep Renegade. Depois virá o modelo esportivo feito com a Mazda e que poderá passar a estar debaixo do chapéu Abarth, marca que terá cada vez mais importância no grupo, sendo até esperado que a marca do escorpião da empresa fundada por Carlo Abarth, ganhe autonomia.
Segundo Olivier François, este novo plano de quatro anos, tem como objetivo levar a Fiat vender 1.9 milhões de unidades globalmente até 2018, um pouco acima dos 1.5 milhões de carros vendidos em 2013. Isso será possível com os novos modelos e a chegada desses modelos a mercados da América Latina e Ásia Pacífico, bem como o lançamento do 500X nos Estados Unidos.
A Fiat não acredita muito no mercado Europeu, apesar do incremento na linha de modelos, sendo que para o fabricante italiano as vendas vão estagnar em 2018 nas 700 mil unidades, o mesmo que vendeu em 2013. Em contrapartida, o potencial de crescimento nos mercados Ásia Pacifico é tal que a Fiat acredita que no final do plano, as vendas cresçam das 70 mil unidades para as 300 mil. Com a ajuda de modelos pensados e executados especificamente para os mercados da China e da Índia, por exemplo.