LAMBORGHINI MANIFESTO CONCEPT: UM CLARO VISUAL PARA O FUTURO DOS SUPERCARROS ITALIANOS
Em um evento discreto, mas carregado de simbolismo, a Lamborghini revelou no último fim de semana o Manifesto Concept, uma ‘escultura visionária’ que não promete um novo modelo de produção, mas delineia o DNA estilístico da marca para os próximos anos. Apresentado como parte das comemorações dos 20 anos do Centro Stile Lamborghini - o estúdio de design interno da casa italiana -, o conceito surge como uma declaração ousada de intenções, reafirmando o compromisso da Lamborghini com linhas agressivas, inovação radical e um toque de loucura que define seus supercarros desde o icônico Countach.
O Manifesto foi revelado pelo diretor de design Mitja Borkert, que o descreveu em suas redes sociais como uma visão do “potencial futuro do nosso DNA de design único”. Não se trata de um protótipo funcional - é basicamente um ‘buck’ estilístico, sem portas visíveis, vidros transparentes ou interior detalhado, exceto por dois bancos bucket sugeridos sob o teto de vidro de bolha dupla. Pintado em um amarelo vibrante que evoca o legado da marca, o conceito mantém a silhueta wedge clássica da Lamborghini: baixa, afilada e com proporções mid-engine que gritam performance. Mas é nos detalhes que o Manifesto brilha - ou melhor, corta como uma lâmina.
Na frente, faróis triangulares afilados se entrelaçam com DRLs em forma de Y, um motivo recorrente que se repete nas lanternas traseiras, ligadas por uma faixa escura que atravessa toda a largura do carro. O para-choque dianteiro é uma cascata de vincos notáveis, enquanto a lateral ostenta para-lamas traseiros angulares, reminiscentes do Fenomeno - outro one-off recente da Lamborghini, exibido ao lado do conceito no evento. Atrás, o destaque é um difusor massivo que domina a cena, eliminando a necessidade de uma asa traseira e expondo quase integralmente os pneus largos, um truque visual que amplifica a sensação de downforce e ferocidade. “Damos forma à adrenalina”, resumiu Borkert, encapsulando a essência de um design que parece saído de um videogame futurista, mas com raízes profundas na herança italiana da marca.
O lançamento não é aleatório. O Centro Stile, fundado no início dos anos 2000 sob influência de Walter de Silva (então chefe de design da Audi, dona da Lamborghini), completou duas décadas moldando ícones como o Aventador e o Huracán. O CEO Stephan Winkelmann destacou em declaração oficial que o estúdio “consolidou o papel do design na criação de supercarros italianos extraordinários, sempre empurrando limites para entregar o inesperado inerente à Lamborghini”. Conceitos como o Terzo Millennio de 2017 já influenciaram modelos de produção recentes, como o híbrido Revuelto e o Temerario V8 - e o Manifesto segue na mesma linha, servindo de bússola para edições limitadas, one-offs e, quem sabe, traços em futuros flagships.
Embora não haja menção a motores - Borkert evitou especulações sobre motores V12 ou elétricos puros -, o conceito reforça a transição da Lamborghini para uma era híbrida e sustentável, sem abrir mão da brutalidade. Em um mercado onde rivais como Ferrari e McLaren apostam em evoluções incrementais, o Manifesto grita rebeldia: é um lembrete de que a Lamborghini não segue tendências, ela as dita. Para os aficionados, é mais que um conceito - é um manifesto de que os sonhos sobre rodas ainda têm espaço para o audacioso. Resta aguardar como esses traços afiados se materializarão nas estradas. Por enquanto, o Manifesto já acelera o pulso dos entusiastas.