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Já se passaram 50 anos desde que foi introduzida a versão mais poderosa e rápida do icônico Lamborghini Miura e que no final acabou sendo a última versão de produção apresentada deste espetacular esportivo clássico de motor central, o Lamborghini Miura SV.

Este foi o primeiro modelo que portou as emblemáticas siglas SV, que o fabricante de Sant’Agata Bolognese continua usando até hoje e que significam ‘Sport Veloce’. Até agora, elas só foram utilizadas pelas versões mais radicais dos esportivos de 12 cilindros da marca italiana, como os Lamborghini Diablo SV e o mais recente Lamborghini Aventador SV, que foi substituído em 2018 pelo Lamborghini Aventador SVJ, que também utiliza as siglas que foram estreadas por uma versão muito rara e radical do Miura.

O novo Lamborghini Miura SV era uma versão ligeiramente modificada a nível mecânico e de chassi do esportivo de motor central italiano, convertendo-se na versão de produção mais alta e poderosa da linha na época, embora a nível estético praticamente era indistinguível do Miura P400.

Esta nova versão se diferenciava exteriormente por um para-choque dianteiro ligeiramente modificado, as tampas dos faróis dianteiros sem ranhuras ou abas e as novas lanternas traseiras com os elementos de cores distribuídos horizontalmente. Detalhes que passam despercebidos para praticamente todo o mundo e que inclusive os mais experientes devem comprovar primeiro antes de assegurar a que versão pertence realmente um exemplar.

No interior não havia mudanças de consideração, embora a marca tivesse acrescentado mais revestimentos de couro e alguns cromados a mais no habitáculo desta versão mais potente. Mas à primeira vista não se podia distinguir esta versão por sua configuração interior.

O Lamborghini Miura SV contava com um esquema de chassi revisado com uma nova suspensão e um eixo traseiro mais largo, o que podia ser notado nos proeminents arcos das rodas traseiras sobredimensionados e nas rodas mais largas, que passavam de 7 a 9 polegadas e calçadas com pneus Pirelli Cinturato 255/60 R15.

Debaixo do capô traseiro havia um motor V12 de 3.9 litros montado transversalmente que recebia várias modificações nos sistemas de transmissão e escape para alcançar 15 cv a mais, entregando um total de 385 cv e 400 Nm de torque máximo. A única transmissão disponível era uma caixa manual de 5 velocidades, que agora contava com lubrificação própria, pois a caixa do Miura convencional compartilhava o circuito de óleo com o V12.

De acordo com os planos da marca, o Lamborghini Miura SV seria a novidade principal durante o Salão de Genebra 1971, por isso que foi a peça principal do estande da Lamborghini no evento suíço. No entanto, o carro que realmente atraiu todos os olhares e focos do salão foi precisamente outro modelo da marca italiana, um protótipo que foi exposto no estande da Bertone. Pois os responsáveis da marca acreditavam, erroneamente, que a estreia deste último seria menos relevante que o da nova versão potenciada do Miura.

Este protótipo não era outro que o Lamborghini Countach LP 500, o primeiro protótipo apresentado do sucessor do Lamborghini Miura. A expectativa gerada foi tal que após sua apresentação em Genebra a marca italiana se apressou em desenvolver a versão de produção do novo esportivo de motor central projetado por Marcello Gandini. Um protótipo que como é lógico, também cumpre 50 anos em 2021, como mostramos aqui no mês passado.

Do Miura P400 SV foram montadas 150 unidades até o final de sua produção em 1973, das quais algumas foram convertidas pela marca nos exemplares SVJ, dos quais foram fabricados apenas 6 originais, mais um criado na década de 80 para um dos irmãos Minram, proprietários da marca na época e que também ficaram com o único Lamborghini Countach criado nessa época.