LONDON TAXI SE PREPARA PARA O FUTURO COM MODELOS ELÉTRICOS

O futuro de Londres passa por utilizar veículos ecológicos. O novo prefeito londrino, Sadiq Khan, está determinado a combater a poluição da cidade, aumentando a área de baixas emissões, a Ultra Low Emissions Zone (ULEZ). Sua extensão dobrará e sua implantação será antecipada em um ano. Isso significa que além de pagar a taxa de acesso, a ‘congestion charge’, os veículos que se encontrem dentro da zona terão que pagar outra taxa de 12,5 libras se não cumprirem os requisitos. O objetivo é que esses carros sejam substituídos por outros que respeitem o meio ambiente.
Obviamente isso também afeta o mundo dos taxis. Durante décadas, a London Taxi Company fabricou os ‘black cabs’ para o transporte de pessoas em Londres. A exigência de grande capacidade de manobra manteve toda a concorrência afastada até esta década. Depois de uma experiência com os Mercedes-Benz Vito adaptados, chegou a Nissan com as NV200, primeiro com motor convencional, depois com a versão 100% elétrica, o e-NV200. Agora os antiquados TX4 da London Taxi aguardam o seu substituto, o TX5. A nova geração do TX5, inspirada no FX4 dos anos 50, terá uma motorização gasolina-elétrica (híbrido plug-in) e será fabricado em Coventry (Reino Unido) dentro de uma nova fábrica. As características técnicas do TX5 por enquanto são uma incógnita, mas sabe-se que utilizará técnicas de fabricação modernas e materiais como o alumínio para aliviar a carroceria.
Os proprietários da London Taxi International são os chineses da Zhejiang Geely Holding Group Co, ou simplesmente Geely. O mesmo grupo que está por trás da Volvo Cars. Depois da emissão de bônus de investimento ‘verdes’, foram arrecadados 400 milhões de dólares, e assim será financiada a produção do novo taxi. A nova planta terá uma capacidade para produzir 36.000 taxis por ano, muito acima das necessidades do Reino Unido, portanto, querem expandir sua carteira de clientes a taxistas de outras grandes cidades europeias onde também haja inimizade com os motores diesel.
Os taxis da LTI não serão os mais bonitos do mundo, mas contam com até seis lugares, um generoso porta-malas, acesso para pessoas de mobilidade reduzida, etc. São carros produzidos desde o início para serem taxis, e seu formato está subordinado à sua função. Por isso a concorrência chega para brigar com vans. As vendas dos LTI TX5 começarão no final de 2017, a tempo para cumprir com a nova norma londrina em janeiro de 2018. A partir dessa data todo taxi novo deverá ter a capacidade de mover-se com propulsão elétrica e zero emissões. Os Nissan e-NV200 já estão preparados para esse cenário por razões óbvias. Conforme vão se renovando as licenças dos taxistas, assim como seus carros, irão vendendo mais unidades do TX5. Em Londres existem cerca de 23.000 taxis, e quando superam os 15 anos já não podem seguir trabalhando. Os modelos velhos da LTI funcionam todos com motores diesel, de origem Nissan ou VM Motori.
Londres declarou guerra à poluição ambiental e aos motores diesel. O próprio prefeito Khan é asmático, e como outros milhares de cidadãos, tem visto sua saúde respiratória piorar devido aos óxidos de nitrogênio (NOx) emitidos pelos motores diesel. Mover-se por Londres em um carro convencional será cada vez mais complicado. O transporte público é caro, especialmente para os que vivem em zonas mais distantes do centro, onde viver é muito caro. Os londrinos terão que suportar essas mudanças se quiserem respirar um ar menos poluído.