MARTIN WINTERKORN ALERTA PARA CORTE DE CUSTOS NA VW

O CEO do grupo VW, Martin Winterkorn, deslocou-se até a fábrica de Wolfsburg para falar com os trabalhadores e tentar o seu acordo para o corte de custos. O objetivo foi sensibilizar a enorme força de trabalho da marca VW a aceitar os cortes nos custos que o CEO do grupo VW quer implementar e que chegam a 5 bilhões de euros/ano. Tudo para que a rentabilidade se alinhe com o crescimento.
O maior fabricante europeu e um dos maiores do mundo vem aumentando suas vendas de forma impressionante, mas com índices de rentabilidade muito abaixo daquilo que se poderia esperar e sem igualar o ritmo de crescimento do grupo.
Por isso mesmo é que Winterkorn quer cortar anualmente 5 bilhões de euros em custos e assim melhorar a performance do grupo e, sobretudo da marca VW, a maior do grupo em termos de vendas, mas também com a menor rentabilidade.
Depois de ter anunciado o plano de redução de custos aos acionistas no dia 14 de Julho, foi a vez dos trabalhadores ouvirem de viva voz aquilo que a equipe de gestão quer fazer e que pode levar ao corte de postos de trabalho.
Vivendo até agora em perfeita harmonia, gestão e força de trabalho podem encontrar problemas, não esquecendo que os sindicatos ocupam metade dos lugares da comissão de supervisão, logo com grande influência.
De imediato não há notícias que confirmem cortes nos postos de trabalho, mas os tempos de salários altos, bônus anuais e avassaladoras benesses vão ser sacrificados no altar da eficiência e da rentabilidade.
Não por coincidência, Bernd Osterloh, responsável pela representação dos trabalhadores no conselho de supervisão, veio a público dizer que era urgente que a equipe de gestão reavaliasse seus próprios erros revendo a estratégia do grupo.
Isso envolve projetar com mais atenção os planos de produção para reduzir custos desnecessários, como horas extras para cumprir prazos e melhorar as vendas em mercados internacionais. Tudo incluído no documento produzido pelo próprio Osterloh datado de 17 de Julho. “O que está em jogo é um uso inteligente dos recursos e não um simples corte nos custos” diz Bernd Osterloh que falará esta semana aos trabalhadores.
A VW revelou no primeiro trimestre de 2014 uma margem de lucro de 1,8%, o que fica muito, mas muito longe mesmo dos 6% que é o alvo proposto pela administração do grupo VW e que, diz-se nos bastidores, é o valor da Toyota. Em 2013 a marca VW teve uma margem de lucro de 2,9%, péssimo resultado quando comparado com os 8,8% da Toyota e os 9,5% da Hyundai.
Fica evidente que o sucesso do grupo VW vem aumentando os custos que, devagar têm se revelado fora do controle com faltas de produtividade surgindo por todo o lado, mas que são inevitáveis em um gigante como a VW.
Do plano de corte de custos e de aumento da margem de lucro faz parte o corte de veículos que não são lucrativos, corte nos custos de pesquisa e desenvolvimento, bem como desperdícios nas fábricas, aumento na velocidade de lançamento de novos modelos e incremento de ação nos mercados internacionais.
“Não é só o mundo lá fora que está nos colocando à prova. Fizemos uma autoanálise profunda e descobrimos que ainda estamos lidando com problemas nascidos internamente” disse Martin Winterkorn aos acionistas do grupo VW.