MITSUBISHI TERÁ UM FURGÃO SIMILAR AO RENAULT TRAFIC

Devido à alta concorrência global que existe no segmento dos veículos comerciais leves, e especialmente na Europa, é normal que vários fabricantes se aliem para produzir o mesmo modelo com mínimas diferenças a nível cosmético e de posicionamento. É o caso do Renault Trafic.
A geração atual (X82) foi apresentada no final de 2014 e também foi fabricada como Nissan NV300, Fiat Talento, Opel Vivaro e Vauxhall Vauxhall Vivaro. Por razões evidentes já não se fabrica nem como Opel nem como Vauxhall, já que os dois se associaram com seus equivalentes da PSA desde o final de 2018.
Os Renault, Nissan e Fiat são fabricados em Sandouville (França), e para a próxima geração a Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi quer aproveitar melhor suas sinergias. Por isso, desta vez se unirá ao clube de remarcados a Mitsubishi, talvez com o nome de Express (nome que já foi usado pela Renault nos anos 80-90).
Até 2013 se comercializava na Austrália e Nova Zelândia um industrial leve com este nome e sua produção encerrou sem um substituto. Já faz dois anos que surgiu a notícia de que a Renault produziria novamente o Mitsubishi Express com base no Trafic para 2020, o que obviamente não ocorreu. A produção seria destinada para a Oceania, assim não afetaria as vendas das demais marcas, e daria mais carga de trabalho à planta.
Será preciso aguardar a nova geração do furgão francês, que pode não demorar a chegar apesar do restyling do ano passado. Nesse momento os membros da tríplice aliança estão trabalhando nisso. O comitê operacional da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi deu luz verde ao desenvolvimento e fabricação da quarta geração do Renault Trafic.
Cada membro da aliança investirá seu know-how para criar um produto melhor, ou seja, nas palavras do próprio comitê, “fortalecerá a capacidade das empresas membros da Aliança para aproveitar seus pontos fortes e ampliar suas estratégias”. Assim, cada marca será mais rentável e competitiva por sua conta.
Para saber mais teremos que aguardar o mês de maio, quando termina o ano fiscal japonês, para conhecer os planos estratégicos de médio prazo dos membros da Aliança. Dificilmente conheceremos mais detalhes do novo furgão antes destas datas. Os protótipos já estão dando voltas pelo mundo.
Mas podemos ir antecipando que, ao contrário das gerações prévias, os motores diesel já não terão o mesmo protagonismo que tinham antes. É evidente que a Aliança continua tendo uma importante liderança em tecnologia elétrica, de modo que podemos dar como certo uma versão Trafic Z.E., e-NV300 e sua equivalente na Express.
Até que os furgões sejam viáveis comercialmente só com versões eletrificadas, continuaremos vendo-os sair de fábrica com motores diesel, porém já com um enfoque de transporte de média e longa distância, podendo fazer a distribuição urbana e de proximidade com eletricidade.
Outra possibilidade bastante razoável é que haja uma versão de célula de combustível de hidrogênio. A Renault vem testando esta tecnologia já faz algum tempo. Também se poderá utilizar uma célula de combustível de etanol (célula SOFC) que foi testada pela Nissan, que embora não produza nenhum gás tóxico, produz uma quantidade moderada de CO2 como resíduo da reação química, além do vapor de água.
Por outra parte, espera-se que a quarta geração do Trafic e dos remarcados contem com a tecnologia de condução semiautônoma da Aliança, sistemas de segurança mais aperfeiçoados, um maior grau de conectividade e um número considerável de melhorias em termos de engenharia para aumentar ou manter a capacidade de carga com um menor consumo de energia.
Com relação à Fiat, como o gigante italiano irá se fundir com a PSA, o razoável seria pensar que o sucessor do Talento não terá a base do Renault Trafic, e serão aproveitadas as óbvias sinergias com os franceses. Desta forma, se não aparecer mais ninguém, a Aliança ficará sozinha concorrendo com Volkswagen, Ford e PSA, principalmente.