MYTHOS, A NOVA MARCA DA MERCEDES-BENZ CENTRADA EM CARROS MAIS EXCLUSIVOS

Não correm bons tempos para os modelos de acesso da linha Mercedes-Benz. O fabricante alemão lançou um ambicioso plano estratégico. Um roteiro onde coloca no ponto de mira aqueles veículos e produtos que oferecem maiores margens de lucro. Um dos primeiros frutos que surgiu desta estratégia é a Mythos.
No âmbito da apresentação de seus planos de estratégia de produtos a longo prazo, a Mercedes-Benz apresentou a Mythos, uma nova marca destinada à produção de veículos especiais de baixo volume para “os entusiastas e colecionadores mais dedicados da Mercedes-Benz”. Em suma, carros de coleção altamente exclusivos.
A apresentação da Mythos será determinante para que a Mercedes-Benz possa alcançar seu objetivo de impulsionar as vendas de carros de alta gama em 60% até o ano de 2026. Uma primeira imagem publicada pela marca alemã sugere que o primeiro modelo sob a marca Mythos estará baseado no novo Mercedes-AMG SL. É muito cedo para aventurar detalhes concretos.
Uma das chaves determinantes sobre o lançamento da Mythos é o posicionamento que terá dentro da Mercedes-Benz Group e, mais concretamente, em relação à Mercedes-Maybach. Pois bem, em termos de carteira de produtos estará um escalão acima da icônica Maybach.
Ola Källenius, CEO do Mercedes-Benz Group, assegura que a Mythos conviverá com Maybach, AMG e o resto das marcas do conglomerado automobilístico: “A maioria das empresas de luxo constroem sua carteira sobre a base de uma das referências verdadeiras. A Mercedes-Benz tem a sorte de ter múltiplos produtos e marcas icônicas no extremo superior de sua carteira, como os S, SL e G Class, assim como as marcas AMG e Maybach. Vemos um grande potencial aqui para expandir nossa carteira de gama alta com produtos ainda mais fascinantes para nossos clientes”.
Ao centrar-se em produtos mais luxuosos e de maior margem, a Mercedes-Benz tem como objetivo “oferecer um resultado financeiro sólido inclusive em condições de mercado mais desafiadores”. A empresa espera alcançar uma margem operacional de 14% para meados da década. Assim como muitos outros fabricantes de automóveis, a Mercedes-Benz está dando prioridade à produção de modelos mais caros durante a atual crise de estoque pelo desabastecimento global de microchips.
A demanda de modelos Mercedes-Benz topo de linha foi incrementada em cerca de 30%, o que permitiu à empresa impulsionar um aumento das receitas em 9%. Tudo isso apesar de que seus volumes de produção de veículos tenham sido reduzidos em 5%. É por isso que a Mercedes-Benz se centrará em três categorias distintas de automóveis: luxo de alta gama, luxo central e luxo de entrada.
Na categoria de luxo de alta gama se encontram os modelos mais exclusivos da AMG, Maybach, EQ e qualquer modelo de edição limitada. Um escalão abaixo, na categoria de luxo central, temos os modelos S, C e E Class da Mercedes-Benz. Em último lugar, a categoria de luxo de entrada será formada pelos novos modelos de acesso da empresa. Há poucas semanas o próprio Källenius já adiantou que a Mercedes-Benz preferia olhar para cima: “A marca prefere olhar para cima que para baixo”. A linha de modelos de acesso será reduzida de sete para quatro. O Mercedes-Benz B Class foi o último modelo sentenciado pela empresa e não terá nova geração. O mesmo ocorrerá com o Mercedes-Benz A Class Sedan.