NISSAN E RENAULT PODEM COLOCAR UM FIM EM SUA ALIANÇA

Há poucos dias fomos surpreendidos com a autêntica fuga cinematográfica de Carlos Ghosn. Aquele que foi presidente da denominada Aliança formada por Renault, Nissan e Mitsubishi, abandonava o Japão (país onde se encontrava preso) para refugiar-se no Líbano. O próprio Ghosn assinalou pouco depois uma conspiração contra sua pessoa e acusou diretamente a cúpula da Nissan, encabeçada agora por seu CEO, Makoto Uchida.
Agora, vêm à luz importantes relatos que fazem abalar a estreita relação mantida entre Nissan e Renault há duas décadas. As informações, coletadas pelos britânicos do Financial Times, destacam que a cúpula diretiva da Nissan está ultimando os detalhes de um plano estratégico que colocará um fim nesta relação que remonta, como dissemos, há décadas.
Vários dos altos executivos da Nissan afirmam privadamente que a chamada ‘Alianza’ deixou de ser benéfica para ambas as partes. O dirigente máximo da Renault, Jean-Dominique Senard, que assumiu o cargo de presidente após a detenção de Ghosn no Japão, também colocou em dúvida por mais de uma ocasião o potencial do grupo automobilístico. E mais, Senard colocou como data limite este ano de 2020 para reverter a situação, ou do contrário, finalizar a aliança.
Outras informações indicam que em breve a Renault anunciará novos projetos no âmbito da aliança com a Nissan como um aceno para revitalizar a relação. Pelo visto, a Nissan não vê com bons olhos o poder que a Renault ostenta em relação às ações da empresa japonesa. A fuga de Ghosn do Japão para o Líbano precipitou, segundo as informações, a tomada de decisões por parte da Nissan.
Se materializar-se a ruptura, a Nissan sofrerá uma importante reestruturação. A verdade é que nos últimos tempos a marca já está tomando medidas muito relevantes para melhorar sua situação econômica. Basta dar uma olhada na situação da Infiniti e da Datsun, sua marca de baixo custo. De qualquer forma, no dia de hoje a viabilidade da Aliança se encontra em questão.