NOVO MOTOR DE TRÊS CILINDROS 1.0L DA FAMÍLIA EA211 É O MAIS MODERNO FABRICADO PELA VOLKSWAGEN NO BRASIL
- Bloco e cabeçote de alumínio ajudam a reduzir o peso do motor em 24 kg
- Desempenho é aprimorado com comando de válvulas variável na admissão
- Motor é o primeiro 1.0l flexível a dispensar o tanque auxiliar para partida
- EA211 é produzido em São Carlos, que atingiu marco de 8 milhões de motores
O novo motor de três cilindros da família EA211 é o mais moderno fabricado pela Volkswagen no Brasil, tanto no que diz respeito ao seu processo de produção, quanto aos recursos de que dispõe. O motor é produzido em São Carlos, no interior de São Paulo, em um novo prédio recém-inaugurado na fábrica, que é a terceira maior unidade de motores do Grupo Volkswagen no mundo.
O motor – cujo nome completo é EA211 1.0l R3, em que o “R” identifica o termo alemão “Reihe”, “linha” em português – é um projeto global e foi desenvolvido segundo critérios de maior eficiência energética e menor consumo de combustível. Ele fez sua estreia no Fox BlueMotion 2014, que acaba de chegar ao mercado.
Entre as vantagens do novo motor estão seu menor peso, a maior eficiência térmica, a aplicação de soluções inovadoras e inéditas nessa faixa de cilindrada e o baixo atrito, que resultam em redução no consumo de combustível e nas emissões. Além disso, o desempenho também é aprimorado, graças à utilização de recursos como o comando de válvulas variável, que garante mais força em baixas rotações – 85% do torque está disponível já a partir de 2.000 rpm.
Com 999 cm³ de cilindrada, o motor EA211 1.0l é Total Flex, capaz de rodar com gasolina, etanol ou a mistura dos dois combustíveis em qualquer proporção. Sua potência máxima é de 75 cv (55 kW) a 6.250 rpm, quando abastecido com gasolina, e de 82 cv (60 kW), à mesma rotação, com etanol. O torque máximo é de, respectivamente, 9,7 kgfm (gasolina) e 10,4 kgfm (etanol) e ocorre a partir de 3.000 rpm, mantendo-se por longa faixa de rotações.
Peso reduzido e eficiência térmica
A primeira vantagem do motor EA211 1.0l, o menor peso, foi obtida com a adoção de bloco e cabeçote de alumínio. Além dos materiais utilizados em sua construção, colaboram para o menor peso a configuração com três cilindros, o que reduz o número de componentes – biela, pistão e mancais – e árvore de manivelas (virabrequim) menor. Comparado a um motor de mesma cilindrada, mas com quatro cilindros, o novo EA211 é 24 kg mais leve.
Essa configuração gera outros benefícios, como maior eficiência térmica quando comparado a um motor de quatro cilindros de mesma cilindrada, graças à menor perda de calor. Os cilindros têm maior diâmetro (são 74,5 mm, com 76,4 mm de curso), o que permite melhor enchimento da câmara de combustão.
Com quatro válvulas por cilindro – sendo duas para admissão e duas para escapamento – e câmara de combustão hemisférica, o motor tem vela de ignição colocada em posição central, entre as válvulas, o que garante melhor frente de chama, maior velocidade e eficiência na queima da mistura ar-combustível e consequente maior eficiência térmica. A taxa de compressão é de 11,5:1.
Para aprimorar o desempenho do motor, o cabeçote do EA211 tem comando de admissão variável – a variação é contínua, o que reduz consumo de combustível e emissões e melhora sensivelmente a resposta do motor em baixos regimes de rotação. As válvulas são acionadas por balancins roletados (RSH, sigla para o termo alemão Rollenschlepphebel), recurso que minimiza o atrito entre os componentes e aprimora sua eficiência.
A construção da tampa do cabeçote é inovadora, em um processo que integra os eixos de comando (admissão e escape) e os cames de acionamento das válvulas permanentemente sem a necessidade de solda. Esse design permite a redução do diâmetro dos mancais dos eixos e, consequentemente, de atrito.
Menores emissões
O cabeçote do EA211 1.0l possui coletor de escape integrado, formando uma peça única, com refrigeração líquida. Isso permite ao motor atingir sua temperatura ideal de funcionamento mais rapidamente.
O catalisador, instalado logo na saída do coletor de escapamento integrado, atinge rapidamente sua temperatura adequada de operação.
O líquido de arrefecimento também leva menos tempo para ser aquecido durante a fase fria do motor, porque recebe o calor dos gases de escape. A fase fria, que é justamente aquela na qual a emissão de poluentes é mais alta, fica mais curta. Por outro lado, em alto regime de utilização, ocorre um controle da temperatura dos gases de escape na entrada do catalisador, permitindo que se opere mais tempo com a relação ar-combustível estequiométrica (ideal)..
Duplo circuito de arrefecimento
Outra solução inovadora adotada no motor EA211 1.0l é o duplo circuito de arrefecimento, que permite temperaturas diferentes para o bloco e para o cabeçote. Com esse recurso, é possível utilizar maior temperatura de funcionamento para o bloco, tornando o óleo mais fluido e garantindo menor atrito entre os componentes.
A temperatura de arrefecimento do cabeçote, por sua vez, é menor, o que minimiza a possibilidade de detonação, melhorando o desempenho do veículo e diminuindo o consumo de combustível. Para o controle de circulação, o sistema utiliza duas válvulas termostáticas.
Partida a frio sem tanque auxiliar
Outra EA211 1.0l é o primeiro motor flexível do País nessa faixa de cilindrada a receber sistema de partida a frio que dispensa a utilização do tanque auxiliar para gasolina. O etanol é aquecido em câmaras ao lado das válvulas injetoras e opera com temperatura ambiente abaixo de 17,5°C e se o teor de etanol na mistura for alto. Evolução do sistema introduzido no Brasil de forma pioneira pela Volkswagen no Polo E-Flex, em 2009, o sistema aplicado no motor que equipa o Fox 1.0l BlueMotion utiliza galeria de injeção feita de material polimérico, que aprimora a eficiência do conjunto.
São Carlos atinge a marca de 8 milhões de motores
A unidade de São Carlos atingiu recentemente mais uma conquista histórica com a marca de 8 milhões de motores produzidos, desde 1996, ano de sua inauguração. O marco reforça a importância da fábrica, que é a 3ª maior unidade produtora de motores do Grupo Volkswagen.
Desde o início de suas atividades, a unidade coleciona grandes conquistas como a produção do primeiro motor turbo 1.0 do Brasil, em 1999, e a fabricação do primeiro motor 1.0 com a tecnologia Total Flex do País, em 2003. No que diz respeito a infraestrutura, a unidade teve sua área construída ampliada em 283%, desde 1996, para os 84.000 m² atuais.
A unidade de São Carlos foi a primeira unidade do Grupo Volkswagen, fora da Europa, a conquistar o certificado ambiental ISO 14001, em 1997, e se tornou referência em gestão ambiental para as demais unidades na América do Sul.