O LANÇAMENTO DO MERCEDES-AMG ONE ESTÁ UM POUCO ATRASADO

De acordo com Tobias Moers, CEO da AMG, a dificuldade foi conseguir um funcionamento estável do propulsor a 1.200 rpm para atender os testes de emissões e um motor de F1 não costuma funcionar com esse giro. Esse desafio custou nove meses de atraso.
Ainda hoje é surpreendente pensar que um carro de rua possa funcionar com um motor diretamente tirado de um Fórmula 1, mas a Mercedes-AMG deixou todos com a boca aberta quando anunciou que lançaria um hipercarro, e que ele seria equipado com o propulsor que tornou a equipe alemã 4 vezes campeã mundial nos últimos 4 anos. O problema é que talvez subestimaram o desafio que significaria adaptar à rua um motor que nunca foi criado para isso.
Esse parece ser o motivo do atraso do lançamento do Mercedes-AMG ONE, cujas primeiras unidades agora devem chegar aos seus clientes no segundo semestre de 2020. Em uma entrevista ao pessoal da Top Gear, Tobias Moers reconheceu que transformar o motor V6 turbo da Fórmula 1 em um propulsor apto para circular nas ruas foi más difícil do que a equipe imaginava em princípio.
“O calor não é o problema”, assegurou Moers. “O calor não é alto. Manter uma marcha-lenta estável a 1.200 rpm, isso sim é um desafio”. Acontece que normalmente um motor de Fórmula 1 funciona com uma marcha-lenta a 5.000 rpm, enquanto que pode alcançar um máximo de 15.000, mas isso obviamente não é o normal em um carro de rua, especialmente para passar nos testes de emissões. “Ninguém se importa com as perdas de aceleração em um F1 porque normalmente funciona com uma marcha-lenta a 5.000 rpm” acrescenta Moers. “Agora devemos ter uma marcha-lenta adequada e estável a 1.200 rpm, porque devemos cumprir com os regulamentos de emissões. Se for instável, suas emissões serão instáveis”.
Moers reconhece que esse problema provocou nove meses de atraso no desenvolvimento do Mercedes-AMG ONE, mas assegura que agora seguem com passo firme até o final do trabalho com o propulsor. No final estamos falando de um hipercarro com um complexo motor híbrido associado a uma nova transmissão capaz de suportá-lo.