O PEUGEOT 306 (1993-2002) CELEBRA OS 30 ANOS: LEMBRAMOS UM POUCO DE SUA HISTÓRIA
Os anos 90 podem ser considerados como a década da racionalidade para a marcas de automóveis francesas. Disseram adeus a algumas linhas de modelos confusas e estrearam uma linguagem de design bem mais sóbria. Na verdade tão sóbria que embora muitos veículos da época tenham sido um sucesso, caíram rapidamente no esquecimento.
O Peugeot 306, por exemplo, foi lançado na França no dia 18 de fevereiro de 1993, há quase exatamente 30 anos. Seu antecessor foi o 309, desenvolvido na realidade para a Talbot, enquanto que o sedan 305 foi substituído pelo 405. Na verdade, foi a adquirida marca Talbot que forneceu ao Grupo PSA o Horizon, um carro compacto moderno ao estilo do Volkswagen Golf, a partir do final dos anos 70.
O 306 foi vendido na Europa a partir de 1993 como um modelo compacto de cinco portas e 4.03 metros de comprimento, e a partir do outono europeu de 1993 como versão de três portas e diesel. Em seguida, foi oferecido como sedan e conversível, em 1994, e como perua em 1997, até que cessou sua produção em 2001 (pouco depois a perua e o conversível, em 2002).
O Peugeot 306 herdou a plataforma e muitos componentes do Citroën ZX, que havia aparecido em 1991, e foi produzido pela primeira vez na fábrica de Poissy, sede da Simca-Talbot. Posteriormente, o modelo também foi fabricado na planta de Ryton (Reino Unido), na de Villaverde, em Madrid (Espanha), além de montado no Chile, Uruguai e Argentina.
Na parte traseira, o 306 tem certa afinidade estilística com o Renault 14, enquanto que na parte frontal e nas laterais, não podem passar por alto os paralelismos com os Peugeot 605, 405 e 106. O conversível foi projetado e produzido pela Pininfarina, o que converte o 306 no último conversível da Peugeot fabricado na Itália, junto a uma linha de produção da Ferrari.
Segundo a Peugeot, o 306 deveria substituir também o 205, que era 30 centímetros mais curto, embora este último tenha sido fabricado até 1998. Além disso, os motores de acesso 1.1 com 55/60 cv e 1.4 de 75 cv procediam do 205, assim como o diesel aspirado com até 1.9 litros de cilindrada e 68 cv. A linha ofereceu também um 1.6 litros aspirado a gasolina, de 90 cv, além de um 1.8 litros de 16 válvulas com 110 cv.
A capacidade do porta-malas do modelo de cinco portas era de 310 a 630 litros. Houve críticas pela segurança: o airbag do condutor era de série, mas o do acompanhante nem sequer podia ser solicitado como extra, e o ABS também era opcional.
O rival francês do Volkswagen Golf teve muito sucesso na França e também em muitos outros mercados. No total foram fabricados pouco menos de três milhões de unidades, e hoje em dia os primeiros modelos são raros. Ainda assim, o conversível continua sendo o mais cobiçado de segunda mão.
Em relação à variedade de carrocerias, o 306 não devia nada ao Golf e ao Vento. Inicialmente, o carro francês estava disponível apenas como compacto de três e cinco portas. O conversível de duas portas e quatro lugares foi comercializado a partir de abril de 1994, equipado com um teto de tecido que podia ser recolhido completamente em um compartimento para a capota, que não afetava a capacidade do porta-malas.
O teto estava disponível inicialmente - segundo o modelo - com acionamento manual ou eletro-hidráulico, e o vidro vigia traseiro era de plástico em vez de vidro. Em outubro de 1994 apareceu um modelo de quatro portas. Em maio de 1997, surgiu a versão perua chamada Break, como parte de um facelift.
O comportamento em estrada do 306 ganhou pontos e se acentuou especialmente nas versões esportivas, o 306 XSi (121 cv) e o 306 S16 (150/158 cv), ambos com motor 2.0 litros, de 8 e 16 válvulas respectivamente, assim como o GTi-6 de 167 cv. Uma versão maxi especial de 285 cv marcou o grande regresso da Peugeot aos rallys em 1996, após uma pausa de dez anos, em plena era dos Kit-Car.
Esta versão maxi do 306 ganhou o altamente competitivo Campeonato da França de Rallys em 1996 e 1997 com Gilles Panizzi. Igualmente, triunfou em várias corridas de asfalto do Campeonato do Mundo de Rallys, como Córsega em 1997 e 1998. Além disso, o 306 significou uma dura concorrência para os World Rally Cars, muito mais potentes, em provas de asfalto.