O PROJETO SAMBA

*Erasmo de Oliveira
Vida útil - durante quanto tempo um carro é mesmo um carro?
Conheça em detalhes o Projeto SAMBA e entenda o que você e o Brasil ganham com ele.
Ao completarmos trinta anos de ensino de Design Automobilístico, nos sentimos no dever de deixar um legado para a sociedade. Nossa entidade não é um laboratório hermeticamente lacrado, distante da realidade brasileira e, apesar de nunca termos recebido um centavo de patrocínio público ou privado, nosso senso de cidadania nos impele a propor este projeto revolucionário, sem esperarmos obter retorno financeiro algum. Se sua brasilidade lhe disser que você também faz parte desta revolução, é só clicar nos botões do rodapé de cada página do site e replicar imediatamente estas informações para todos os seus contatos das redes sociais. Abrace a causa, da mesma maneira apaixonada com que você defende suas convicções políticas, seu time de futebol, sua escola de samba, sua religião.
O Brasil tem atualmente trinta e cinco marcas diferentes de veículos. Estamos completando seis décadas desde a implantação da indústria automobilística e nunca se pensou em LOGÍSTICA REVERSA, ou seja, o cidadão comum acredita que a reciclagem é só para latinhas de alumínio, enquanto são descartados MILHÕES de veículos nas ruas e em enormes terrenos baldios, acumulando água parada, servindo como criadouros de mosquitos, abrigo para mendigos e ocupando uma vaga de estacionamento.
Quando um veículo zero km é vendido, não existe uma norma ditando QUANTO TEMPO ELE PODERÁ RODAR PELAS RUAS, é só o ato de vender, recolher CINQUENTA POR CENTO do valor do carro em impostos, escravizar o comprador durante sessenta longos meses e, obviamente, depois de pouco tempo, o veículo será retomado pela financeira, irá a leilão e todos sairão perdendo. Além deste fator, mesmo que o dono do carro consiga usá-lo até o fim de sua vida útil, a solução é uma só: abandoná-lo na rua, pois não existe uma política de reciclagem.
Uma questão de Justiça: mais pessoas pagando menos impostos individualmente, mas a massa tributária total cresce. É bom para o governo e para o cidadão, redistribui a arrecadação e reverte em mais recursos do ICMS e do IPVA, para estados e municípios!
O resultado: você perde, quando paga caro para estacionar, pois a vaga na rua está ocupada por um carro sucateado. Você perde, quando paga O DOBRO do valor do carro zero, sem que os impostos revertam em algo útil. Você perde, quando compra a eletrônica embarcada, que se decompõe ao rodar por estradas esburacadas. Você perde, quando os incentivos fiscais criam uma bolha de consumo, sem retorno para o povo. Você perde, quando as vendas despencam e o desemprego assusta. Você perde, quando veículos velhos poluem e colocam em risco sua vida, mesmo que você nem tenha um carro. Você perde, quando um fraco motor 1.0 tenta arrastar um carro na estrada e não consegue ultrapassar um treminhão. Você perde, quando sonha em comprar um carro zero km e ele está fora de seu alcance.
Você ganha, quando um Professor aloprado resolve escancarar essa realidade e dizer que o carro com motor 1.0 é um grande equívoco. Que poderíamos fabricar carros mais simples e baratos, que poderíamos equipá-los com motores 1.3, banindo esses assassinos motores fracos. Que o Brasil não exporta esses populares raquíticos, pois apenas aqui eles são aceitos, devido a uma estúpida isenção fiscal. Que estamos diante de uma oportunidade única, de revermos o conceito de carro popular e, em uma única tacada, reduzirmos a poluição, criarmos empregos, reciclarmos milhões de toneladas de metal inútil, enfim, só existem vantagens no Projeto SAMBA.
Tome a iniciativa, ajude a divulgar e a cobrar do governo federal uma posição honesta a este respeito, algo que vá além do discurso e que faça com que o povo brasileiro conheça de verdade a prosperidade, sem se enterrar em dívidas. Quem sabe, daqui a pouco a Argentina aproveita a ideia e lança EL PROYECTO TANGO, ou Cuba anuncia EL PROYECTO RUMBA e nós acabamos IMPORTANDO DELES OS CARROS QUE PODERÍAMOS FABRICAR AQUI!
Aí, com certeza, VOCÊ PERDE!
*Erasmo de Oliveira é jornalista – erasmodeoliveira.org