OPEL ASTRA OPC X-TREME: O ASTRA MAIS EXTREMO JÁ CONSTRUÍDO
Na Opel Classic em Rüsselsheim, está guardado com muito carinho uma edição muito especial do Opel Astra. Especial, porque nada nele é normal, como suas portas asas de gaivota, seus discos de freio em fibra de carbono, seu motor V8 de 4.0 litros e 444 cv montado sobre o eixo traseiro e sua transmissão de corridas. Este é o Opel Astra OPC X-Treme, o Astra mais extremo já fabricado. Um carro de corridas para a estrada.
Em 2001, a Opel apresentou esta maravilha sobre quatro rodas que, infelizmente, nunca mais voltaremos a vê-lo. Mas, por outro lado, o converte em uma joia única do automobilismo, fruto de uma época em que os fabricantes ousavam fazer loucuras como esta. Mais ou menos contemporâneo é o Renault Clio V6 e, um pouco antes, o Renault Espace F1. Bons tempos aqueles...
Volker Strycek é o pai desta criatura extrema e era o chefe da Opel naquela época. Sem ele, o Opel Astra OPC X-Treme nunca teria existido. Sob sua direção, o Opel Performance Center GmbH já havia criado o Astra OPC no início da década de 2000, assim como o Zafira OPC, o monovolume mais rápido do mundo.
O projeto seguinte era o superesportivo, a filosofia de desempenho Opel sem filtros, o Astra OPC X-treme. “E descobrimos que não éramos os únicos que havíamos imaginado um superesportivo exatamente assim”, diz Strycek.
Depois da apresentação no Salão de Genebra, houve dez pedidos no escuro. O carro iria custar um milhão de marcos alemães, incluindo a manutenção vitalícia. Infelizmente, o contexto mundial da época influiu no futuro do carro: enquanto o carro era apresentado no Salão de Frankfurt, aviões se chocavam contra as Torres Gêmeas de New York. O mundo mudou naquele 11 de setembro de 2001 e o Astra OPC X-Treme desapareceu de repente.
A base para o projeto do Astra OPC X-Treme foi o Astra que a Opel competiu em 2000 no Campeonato Alemão de Turismos (DTM), com o piloto Joachim ‘Jockel’ Winkelhock ao volante. A equipe Opel desenvolveu um Astra com portas de asas de gaivota que inspirou tanto a Winkelhock que ganhou a primeira corrida, em Norisring. A partir de então, Volker Strycek quis levar a tecnologia de competição às ruas.
O Astra OPC X-treme que foi apresentado no Salão de Genebra de 2001 difere em aproximadamente a metade de seus componentes com o seu irmão da DTM 2000. O motor V8 foi modificado para entregar a potência em um regime de giros mais baixo, mas seus 444 cv (uma relação peso-potência de 2.59 kg/cv) tinha quase a mesma pegada que o de corridas. Também contava com uma bomba de gasolina e uma bateria de partida diferentes.
O seu desempenho era mais que notável: acelerava de 0 a 100 km/h em 4 segundos, sendo capaz de superar os 300 km/h de velocidade máxima. Registros sérios para um esportivo procedente de um compacto do segmento C. Quanto ao seu comportamento em corridas, o próprio Strycek comentava: “A dinâmica de condução é brutal. Você tem que se acostumar com a direção, com os freios de fibra de carbono”. Um carro que, por outra parte, poucas pessoas tiveram o privilégio de dirigir: “Uma dezena de pessoas, no máximo”.
A Opel lembra agora do Astra OPC X-Treme coincidindo com o lançamento do Opel Astra GSe, o novo esportivo da marca alemã, equipado com um sistema híbrido plug-in com 225 cv. O mesmo carro, mas com almas muito diferentes: um, radical e extremo; o outro, eficiente, adaptado aos tempos atuais. Em qualquer caso, sempre teremos na lembrança o Astra mais extremo já construído.