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O Porsche 935 é uma instituição dentro da marca alemã. Baseado no Porsche 930 Turbo de rua, na segunda metade da década de 70 foi o modelo a vencer durante anos os diferentes campeonatos de resistência, como a IMSA, conseguindo inúmeras vitórias em várias categorias nos EUA e na Europa. Seu expoente máximo oficial foi o 935 Moby Dick de 1978, a terceira e última versão do modelo, com potências entre os 760 e os 856 cv. A partir de 1979 a Porsche eliminou o modelo, mas equipes privadas como a Kremer continuaram evoluindo o carro, permanecendo competitivos mais alguns anos.

Bob Akin era um piloto privado americano que já havia competido com alguns desses modelos, mas para a temporada de 1982 ele preparou uma versão ainda mais radical do 935, já que na época o modelo não tinha a mesma força dominante dos anos anteriores, por isso ele desenvolveu aquela que passa a ser uma das versões mais brutais e sobretudo mais velozes do modelo, que na falta de uma denominação oficial, recebeu o nome de Porsche 935 L1 Akin.

Contando com a colaboração de Chuck Gaa, da Gaaco, Akin desenvolveu o que denominavam um ‘Super GTP 935’, elevando o rendimento tanto mecânico como aerodinâmico do modelo, daí que à primeira vista seja complexo distinguir este exemplar único como um Porsche 935 a mais, já que a grande maioria de seus painéis exteriores era nova.

Os trabalhos de Akin e da Gaaco sobre o 935 foram extensos, chegando inclusive a ser construído um novo chassi monocasco de alumínio, apesar de já contarem com o do modelo doador. Por isso é que as geometrias da suspensão também eram novas.

A norma obrigava que fossem utilizados tanto o teto como o para-brisas do modelo de série, por isso, somente esses elementos pertencem ao 930 Turbo de rua, o restante é novo. Na verdade, na tentativa de buscar a máxima eficácia aerodinâmica possível, teto e para-brisas foram inclinados ligeiramente para melhorar o máximo possível o fluxo de ar. Toda a frente é nova, extraída diretamente de um Lola T600 GTP e transplantada ao chassi do Porsche. Os painéis traseiros foram estirados o máximo possível, dando a sensação de ser uma versão ‘longtail’, no entanto, não se aumentou toda a traseira, somente os arcos das rodas traseiras, o que confere à traseira um aspecto muito agressivo.

Devido ao extenso desenvolvimento, o modelo não pôde estrear no início da temporada, por isso estreou em maio de 1982, na prova de Lime Rock, como preparatória para Le Mans. A nova aerodinâmica permitiu que o modelo alcançasse velocidades mais altas, algo fundamental em Le Mans, onde naquela época a reta de Mulsanne ainda era uma reta interminável, sem as chicanas que possui hoje em dia. Infelizmente, a duas horas do término da corrida, um problema de combustível os deixou na mão.

Após Le Mans, o 935 L1 de Akin competiu em várias provas nos Estados Unidos, conseguindo como melhores resultados um 4º e um 7º lugar nos traçados de Mid-Ohio e Road Atlanta respectivamente, sendo que nesta última prova, Akin compartilhou o 935 com o grande Derek Bell.

Depois de 1982, o 935 L1 passou a fazer parte da decoração das instalações de Akin durante anos, até que foi comprado em 1999 por Jacques Rivard, que realizou uma completa restauração, o que incluiu inclusive, uma reconstrução do motor de 3.2 litros, que entregava um número acima dos 800 cv.

Esse espetacular esportivo agora está disponível para venda nas instalações do reputado especialista Canepa, em Scotts Valley, na Califórnia, e como podemos ver nas imagens, ainda preserva o número 5, utilizado em todas as corridas que participou, salvo Le Mans 1982, onde usou o número 76.