RENAULT ESPACE COMEÇA A DESPEDIR-SE DO MERCADO APÓS QUASE 40 ANOS À VENDA

Cinco gerações à venda e com 39 anos de vida comercial acumulada nas costas, o Renault Espace, uma das vacas sagradas da marca francesa, começou a despedir-se. Com alguns meses de atraso sobre os planos inicialmente previstos há um ano e meio.
O modelo, que foi um verdadeiro estandarte no mercado dos monovolumes desde que foi lançado no mercado em 1984, já desapareceu do configurador da marca na França, conforme foi anunciado pela mídia francesa, tendo o mesmo destino dos monovolumes compactos. Assim como estes, a quinta geração do Espace sofreu uma reviravolta em seu formato transformando-se em um crossover mais luxuoso e, ao mesmo tempo, em uma verdadeira dor de cabeça para a empresa, pois esta geração foi a única que, em sete anos à venda, não atingiu as 100.000 unidades fabricadas.
Desde o seu lançamento, já se percebia que a Renault não queria se desfazer deste modelo, como tampouco dos Scénic e Grand Scénic. A vida extra que a marca francesa deu aos três modelos passou por outorgar-lhes um extra de altura em relação ao solo, mas sem se aprofundar mais no formato crossover. Algo que atrapalhou as vendas, porque seus clientes sempre associaram o nome comercial ‘Espace’ ao de um monovolume e não ao de um crossover. Mas a isso, já algo importante por si só, se uniram outros fatos de igual nível de importância ou mais, se possível.
A Renault apostou em uma gama de motores a gasolina, um combustível não adequado para este pesado modelo, limitando posteriormente a linha apenas às opções diesel, mas nenhuma eletrificada com alguma das soluções de hibridação que existem no mercado. Nem por mais simples que fossem, como a tecnologia MHEV, que não teve lugar neste modelo por uma simples razão: não se considerou investir em um modelo que já estava mais morto que vivo, a julgar por suas cifras de vendas, em queda livre desde 2017.
O desaparecimento do Renault Espace será progressivo nos diferentes mercados. Em alguns mercados europeus, o modelo está disponível unicamente com três versões, o motor diesel Blue dCi de 160 e 190 cv com transmissão automática EDC associados ao acabamento ‘Techno’ e o luxuoso ‘Initiale Paris’, disponível apenas com o motor diesel mais potente dos mencionados. Nem sequer é oferecido com tração total, de modo que não levará muito tempo para desaparecer de todos os configuradores europeus.