RENAULT ESPERA CAPITALIZAR-SE COM O NOVO PROGRAMA DE ESTÍMULO À ECONOMIA EUROPEIA
- Carlos Ghosn, o CEO da Aliança Renault-Nissan, viu em alta as expectativas de crescimento de vendas do grupo após ter sido conhecido o novo programa de incentivos à economia do Banco Central Europeu.
- Além disso, cita que a queda das taxas de juros poderá ajudar mais consumidores a tomar a decisão de adquirir um veículo novo.
Depois de nesta semana ter sido anunciada a intenção do Banco Central Europeu investir mais de um bilhão de euros na economia até 2016, foram vários os setores que previram beneficiar-se desta estratégia adotada contra a crise. O CEO da Aliança Renault-Nissan, Carlos Ghosn, também Presidente da Associação Europeia de Fabricantes Automóveis, associou-se às vozes que elogiaram a iniciativa, tendo apresentado no Forum Internacional de Davos, novas perspectivas de crescimento para o grupo.
Esperando “boas consequências para a economia” do investimento do BCE, Carlos Ghosn disse à Bloomberg que além do aumento do valor das ações dos fabricantes, também haverá menores taxas de juros para a aquisição de automóveis, o que poderá facilitar na decisão por parte dos particulares de comprar um veículo novo. A opinião de Ghosn é de que o plano não irá alterar a realidade apenas por si mesmo, mas irá ganhar tempo para ser efetuado um ajuste que permita um período de crescimento ao longo dos próximos anos.
Outra questão que Carlos Ghosn considera que será positiva é a desvalorização do euro, explicando que como a maioria dos fabricantes europeus são exportadores, a queda da cotação da moeda única poderá aumentar a sua competitividade. Ghosn disse também que “com a cotação do euro a 1.15 do dólar, serão tomadas certas medidas que não se tomariam com a cotação a 1.35”.
Em relação aos automóveis elétricos, o CEO da Renault mostrou uma opinião contrária à do CEO da BMW, que havia apontado que a queda do preço do petróleo tornará mais difícil a vida no mercado dos automóveis com menor impacto ambiental. Carlos Ghosn disse que não é possível prever a longo prazo as cotações do petróleo, por isso não pode ser um fator determinante, ao contrário do que ocorre com as normas ambientais mais apertadas, o que será na sua opinião, o verdadeiro impulsionador das vendas de automóveis elétricos ao longo dos próximos anos.