SERGIO MARCHIONNE PREPARA O FUTURO DA FERRARI

Após a saída de Luca di Montezemolo após 23 anos na liderança da Ferrari, a marca de Maranello deve começar um novo capítulo em sua história. Com as divergências estratégicas na origem da saída do histórico líder, falta saber quais os planos para o futuro da marca, que continua superando consecutivamente os seus melhores resultados financeiros.
Uma das questões que esteve na origem das desavenças entre Montezemolo e Marchionne foi em relação à exclusividade da marca. Tendo em conta que Montezemolo resistia ao aumento de produção das 7.000 unidades anuais, a mudança da liderança deve significar, entre outras coisas, que passam a ser fabricados todos os anos 10.000 automóveis, conforme o plano estratégico da FCA para os próximos anos.
Mas outra questão importante tem a ver com a posição da Ferrari dentro da FCA, com diversas opções em aberto. A primeira delas passa simplesmente por vender a Ferrari, da qual a Fiat-Chrysler detém 90%. Mas levando em conta que o emblema é responsável por 12% dos lucros operacionais do grupo mesmo representando apenas 0,16% do total de unidades comercializadas, esta opção deve ser descartada. Porém, na última semana, Marchionne deixou essa possibilidade também em aberto em afirmações à imprensa. “Se eu considero a Ferrari essencial no futuro da FCA para sempre? A resposta é não, mas representa o melhor do que um fabricante de automóveis pode ser”.
Uma opção que também vem sendo avaliada é a de incluir a Ferrari, juntamente com a Maserati e a Alfa Romeo, em uma nova unidade de luxo dentro da FCA. Isto poderia significar a entrada destas marcas no mercado de ações em um consórcio separado do grupo principal, mas também podendo ser somente a Ferrari a surgir na bolsa de valores sozinha.
De qualquer maneira, os analistas consideram que a separação entre a FCA e a Ferrari em bolsa deve ser efetiva, afirmando que os investidores estão sempre em busca de marcas premium onde colocar os seus fundos e que tanto a Ferrari em separado como em um grupo juntamente com a Maserati e a Alfa Romeo seria um ativo aliciante. A colocação em bolsa de uma unidade de luxo separada também poderia ser preciosa em termos financeiros para o grupo gerido por Marchionne, com especialistas do mercado financeiro indicando que esta poderia garantir uma entrada de caixa para a FCA entre os três e cinco bilhões de euros.