TOYOTA, PIONEIRA NO USO DE HIDROGÊNIO LÍQUIDO COMO COMBUSTÍVEL DE COMPETIÇÃO

No final do último mês de fevereiro, um Toyota GR Corolla propulsionado com hidrogênio líquido participou em algumas provas da série Super Taikyu no Circuito de Fuji, em Oyama, Shizuoka (Japão). Foi a primeira aparição pública deste protótipo e a primeira vez na história em que um veículo de um fabricante propulsionado por hidrogênio líquido rodava em um circuito.
Enquanto os GR Corolla que haviam competido em corridas da Super Taikyu até então funcionavam com hidrogênio gasoso, provas que começaram em 2021, agora um GR Corolla marcou presença com um propulsor a base de hidrogênio líquido.
O veículo participou em três sessões, simulando condições reais de competição, como o fato de compartilhar a pista com outros veículos e a necessidade de reabastecer nos momentos indicados.
O piloto Masahiro Sasaki explica o desafio: “Estamos nos esforçando para tornar possível um futuro para o motor a combustão interna explorando uma tecnologia considerada inviável para os automóveis, no terreno desconhecido dos -253°C. Embora ainda existam vários obstáculos para superar, como com o hidrogênio gasoso, esperamos que a agilidade da evolução conseguida nos circuitos acabe sendo refletida nos automóveis de uso cotidiano”.
Enquanto o desenvolvimento continua, a equipe planeja competir na temporada 2023 da série Super Taikyu, que começa este mês. Isso permitirá intensificar o trabalho para ampliar as opções de combustível para uma sociedade neutra em carbono.
Desenvolvimento de veículos de hidrogênio líquido
Em março de 2022, na etapa de abertura da Super Taikyu, no Circuito de Suzuka, a Toyota anunciou que havia começado a desenvolver um veículo propulsionado por hidrogênio líquido.
Três meses depois, na segunda corrida, disputada no Circuito de Fuji, a equipe exibiu um sistema de bordo e uma estação móvel de hidrogênio líquido.
A partir daí, e após os testes e a homologação dos tanques de hidrogênio líquido e outros componentes, no final de outubro, o veículo poderá ser abastecido com hidrogênio líquido para realizar um test-drive.
A partir de novembro, a equipe organizou várias sessões em pista para resolver qualquer problema com o sistema de hidrogênio líquido e deixar o veículo pronto para a competição. Neste ano de 2023 a prioridade foi aperfeiçoar a tecnologia e treinar o pessoal, para poder competir com um veículo propulsionado por hidrogênio líquido na série Super Taikyu.
Vantagens do hidrogênio líquido
Até o ano passado, os Toyota Corolla movidos a hidrogênio funcionavam com o combustível em estado gasoso. Em geral, a possibilidade de utilizar um combustível líquido multiplica a densidade energética por unidade de volume e incrementa a autonomia.
No caso do hidrogênio gasoso, os tanques são cheios em alta pressão e, portanto, devem ser cilíndricos. No entanto, quando o combustível estiver em estado líquido, não é necessário que os tanques estejam pressurizados. No futuro, os tanques de combustível poderão ter a forma que mais convenha para montá-los debaixo do piso do carro, o que oferece o potencial de melhorar a estrutura do veículo.
A liquefação transforma o reabastecimento
A passagem do combustível gasoso para líquido também torna possível estações móveis de hidrogênio mais compactas. A liquefação reduz o tamanho que devem ter os caminhões de transporte e elimina a necessidade de instalações com pressões de até 70 MPa.
Com isso, diminui também o impacto da estação para cerca de uma quarta parte do que seria necessário para o hidrogênio gasoso. Como acontece com os veículos a gasolina, também poderá ser reabastecido na zona dos boxes. Além disso, uma vez que o reabastecimento já não precisa ser por pressão, podem ser reabastecidos diversos veículos um após o outro.
No futuro, a Toyota se concentrará em desafios como manter uma baixíssima temperatura, de -253°C, durante o reabastecimento e armazenamento, e enfrentar a evaporação natural quando os tanques esquentam, ao mesmo tempo que tratará de acelerar o ritmo do desenvolvimento tecnológico.