UM DOS RAROS MERCEDES-BENZ CLK GTR AMG SERÁ LEILOADO EM MONTEREY

Para poder participar da categoria GT1 do então recém-nascido Campeonato FIA GT de Resistência - antecessor do atual WEC - qualquer fabricante deveria fabricar somente 25 unidades de rua do modelo que pretendesse homologar, e por isso que no final da década de 90 nasceram alguns dos esportivos mais brutais do século XX. Modelos como o Porsche 911 GT1 e o Mercedes-Benz CLK GTR AMG.
Desenvolvido sem levar em conta nenhuma das restrições habituais de um modelo licenciável da marca alemã, como a comodidade e a rentabilidade, os CLK GTR foram o resultado de uma curiosa cambalhota do destino. Isso permitiu pela primeira vez que uma marca tão tradicionalista como a Mercedes-Benz, comercializasse um dos esportivos de motor central mais extremo que já chegou às ruas, ou às garagens das mais seletas coleções, que é onde realmente se encontram estes exemplares.
Na realidade, não foi a Mercedes-Benz a responsável por esses modelos, já que foram obras diretas da Mercedes-AMG e da HWA, a empresa especializada em competições nascida precisamente da AMG. No total foram montados 20 exemplares com carroceria coupe, além de vários protótipos, cujo primeiro exemplar se encontra hoje no museu da marca, em Stuttgart.
A verdade é que durante o desenvolvimento da versão de rua não foram modificados muitos elementos em relação à versão de competição. De fato, o carro poderia ser considerado simplesmente um derivado com licença do veículo de competição, se não fosse pelo fato de o modelo de rua contar com um motor bastante modificado. Mas de resto, conta com as mínimas concessões ao conforto. No interior surgem alguns poucos revestimentos de couro e bancos esportivos um pouco mais cômodos que os buckets homologados.
O motor das versões de rua foi preparado pela Ilmor Engineeering e contava com maior cilindrada que a do modelo de competição. Em ambos os casos se tratava de um bloco V12, mas de 6.9 litros na versão de rua e 6.0 litros na versão de competição.
A potência é muito similar nos dois casos, pois embora a marca não revelasse a cifra exata de potência do modelo de competição, que se estima em cerca 608 cv, comparado com os 612 cv e 775 Nm de torque do modelo de rua. Era capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em cerca de 3.8 segundos com uma velocidade máxima de 344 km/h. Em sua época foi certificado pelo Guinness Book of Records como o modelo novo mais caro do mundo, com um preço de 1.547.620 dólares.
Esse exemplar que aparece nas imagens é um dos 20 CLK GTR fabricados entre 1998 e 1999. Mais tarde, a HWA fabricou mais 6 exemplares do CLK GTR Roadster, inteirando 26 unidades no total. Dessa maneira completando as 25 unidades mínimas necessárias para poder homologar o modelo em competição. Curiosamente em 1999 já havia desaparecido a categoria GT1 em que o modelo competia.
Da versão coupe restam somente pouco mais de uma dezena, pois um número indeterminado de chassis foram enviados novamente à HWA para serem transformados nas especificações Roadster e outros 4 chassis mais um protótipo foram utilizados - também pela HWA - para criar o CLK GTR Super Sport, com o motor V12 de 7.3 litros e 664 cv da Mercedes-AMG.
Esse exemplar conta com o número de chassi #09 e já teve três proprietários, porém teve pouco uso, pois em seu hodômetro marca apenas 1.440 quilômetros. Sintoma inequívoco de que foi preservado desde o momento em que saiu da fábrica. Por isso que apresenta um magnífico estado de conservação que pode ser apreciado nas imagens divulgadas pela casa de leilões.
O bólido será leiloado pela RM Sotheby’s, que incluiu o modelo entre os lotes do seu próximo leilão em Monterey, que acontecerá no próximo mês de agosto. Suas estimativas indicam um valor entre os 4.25 e 5.25 milhões de dólares.