UMA VIAGEM AO PASSADO DO DACIA DUSTER PARA DESCOBRIR COMO FOI FEITO O SUV BARATO MAIS POPULAR DA EUROPA

O carro mais vendido do Grupo Renault a nível global, o Dacia Duster, não nasceu no ano de 2010. A primeira versão deste aventureiro crossover da marca romena viu a luz muito antes, em 1980. Fizemos uma viagem ao passado do icônico SUV da Dacia para descobrir como foi forjado um autêntico best-seller. O SUV barato mais popular do concorrido mercado europeu.
Atualmente o Duster é um dos carros mais populares dentro e fora do Velho Continente. É bem conhecido pelo público, especialmente pelos seguidores das marcas Renault e Dacia. No entanto, existe um antepassado próximo do Duster que foi chave no desenvolvimento do modelo tal e como o conhecemos atualmente. Na década de 80 do século passado já existia uma primeira versão do aventureiro romeno.
Não foi a Dacia que iniciou o projeto, mas seu compatriota e concorrente, o fabricante de automóveis ARO, fundado em 1957. Estabelecido na Transilvânia, no centro do país, a marca ARO deixou sua digital ao montar em seus primórdios uma máquina militar russa denominada IMS 57. Na década de 70, a ARO oferecia uma linha real com o modelo 24.
Na década seguinte surgiu o ARO 10, um modelo que chegava com um claro e ambicioso objetivo, enfrentar o Lada Niva. O veículo romeno era um recém-chegado ao mercado, mas contava com todos os requisitos para consolidar-se rapidamente como uma referência em seu concorrido segmento. Esse modelo era propulsionado por motores Dacia e foi importado pela França a partir de 1982.
No Reino Unido foi comercializado com o nome de Dacia Duster e buscava situar-se como uma alternativa de baixo custo aos modelos da marca Land Rover. Tratava-se do primeiro Dacia Duster do mercado. No entanto, suas deficiências foram um pesado obstáculo para seu êxito comercial. Um motor de 62 cv e baixo torque máximo junto a acabamentos medíocres e de má qualidade, foram determinantes em seu fracasso.
Do outro lado do Canal da Mancha o Duster teve um percurso comercial muito discreto. Apesar disso, permaneceu no catálogo até o início da década de 90.
Em outras regiões menos exigentes o ARO 10, também conhecido como Dacia 10 ou ACM Enduro 4x4, permaneceu no catálogo até o ano de 2003. As inúmeras possibilidades de configuração com múltiplas versões de carroceria foi um aspecto determinante para seu périplo comercial. Foi ofertado com carroceria de três e cinco portas, teto rígido, com teto de lona e inclusive em formato pick-up com cabine simples ou dupla.
A variedade também estava presente na parte mecânica. É que se déssemos uma olhada debaixo do capô era possível encontrar um motor diesel de 1.9 litros e 65 cv. Também foi comercializado com um motor diesel de 2.5 e 2.1 litros. No ano de 1999 se optou por introduzir na linha um propulsor turbodiesel.
No âmbito do Salão de Genebra celebrado em 2009 foi apresentado um importante modelo conceitual que marcaria o futuro mais imediato da Dacia. O novo Dacia Duster Crossover Concept assentava as bases do futuro crossover de produção que acabaria chegando aos concessionários. Um concept car que permitia vislumbrar algumas chaves da primeira geração do Duster.
O projeto, conhecido internamente com o código H79, acabou materializando-se no Duster de primeira geração. Um modelo que foi revelado à imprensa no final de daquele ano e viveu sua verdadeira apresentação diante do público europeu no Salão de Genebra 2010. Pouco depois aterrissou nos concessionários.
O resto da história é bem conhecido, um dos crossovers mais bem-sucedidos do Velho Continente e que permitiu à Dacia consolidar-se como uma das marcas de baixo custo de referência e, o que é igualmente importante, permitiu à Renault assentar-se em diversos mercados além das fronteiras europeias.