VOLKSWAGEN OF AMERICA COMPLETA 70 ANOS: UMA JORNADA DE INOVAÇÃO E CULTURA SOBRE RODAS
Setenta anos após sua fundação oficial em 27 de outubro de 1955, a Volkswagen of America (VWoA) celebra um marco que transformou o mercado automotivo dos Estados Unidos. De um início modesto com o icônico Fusca - ou Beetle, como é conhecido por lá - a uma potência global de veículos elétricos, a subsidiária americana da montadora alemã acumulou uma história repleta de inovações, campanhas publicitárias revolucionárias e uma conexão profunda com a cultura pop. Hoje, com mais de 800 concessionárias e produção em Chattanooga, Tennessee, a VWoA continua fiel ao lema ‘o carro do povo’, adaptando-se aos desejos de uma nação que valoriza liberdade, diversão e sustentabilidade.
A saga da Volkswagen nos EUA remonta a 1949, quando o importador holandês Ben Pon trouxe dois Fuscas para New York. Apesar das dificuldades iniciais - Pon levou dois meses para vender as unidades -, o compacto refrigerado a ar conquistou corações com sua simplicidade e durabilidade. Em 1953, Max Hoffman assumiu como importador da Costa Leste, abrindo a primeira concessionária oficial em New York, que vendeu 157 unidades no ano. Dois anos depois, a VWoA foi estabelecida para gerenciar rede de dealers, peças e serviços, marcando o nascimento formal da operação americana.
O Fusca, produzido em mais de 21 milhões de unidades globalmente, tornou-se símbolo da contracultura dos anos 1960, aparecendo em Woodstock, filmes de Hollywood e até na garagem de celebridades como os Beatles.
O boom veio na década de 1950, impulsionado pela lendária campanha ‘Think Small’, lançada em 1959 pela agência Doyle Dane Bernbach sob a liderança de Carl Hahn. Com anúncios minimalistas, humorísticos e contraintuitivos - exaltando o tamanho pequeno do Fusca em um mercado dominado por muscle cars gigantes -, a Volkswagen dobrou suas vendas em 1960, vendendo mais de 150 mil unidades anualmente.
Essa estratégia não só revolucionou o marketing automotivo, mas posicionou a marca como acessível e cool, pavimentando o caminho para ícones como a Kombi (Type 2), introduzida em 1950 como a primeira van nos EUA, e o Karmann Ghia, um coupé elegante que misturava estilo italiano com engenharia alemã.
Expansão e Desafios: Dos Anos 1970 à Crise Ambiental
Os anos 1970 trouxeram diversificação e adaptações ao mercado americano. O Rabbit (Golf nos EUA), lançado em 1975, redefiniu os compactos com sua tração dianteira e eficiência, enquanto o GTI de 1984 criou o segmento ‘hot hatch’, combinando praticidade com performance.
Modelos como o Dasher (base do Passat, 1977), o Squareback (Type 3, 1973) e o Jetta (1982) expandiram a linha, atendendo à demanda por sedans e familiares. No entanto, os anos 1980 e 1990 foram marcados por desafios: recalls, a crise do Dieselgate em 2015 e a concorrência japonesa testaram a resiliência da marca. Ainda assim, o New Beetle de 1998 reacendeu a nostalgia, vendendo mais de um milhão de unidades e reconectando gerações.
A produção local foi um divisor de águas. Em 1978, a Volkswagen abriu sua primeira fábrica nos EUA, em Nova Stanton, Pensilvânia (fechada em 1988), seguida pela planta de Chattanooga em 2011, que hoje produz o Atlas, Tiguan e, futuramente, veículos da plataforma MEB elétrica.
Essa estratégia reduziu custos e fortaleceu laços com comunidades locais, gerando milhares de empregos.
O Futuro Elétrico: Do Beetle ao ID. Buzz
Para celebrar os 70 anos, a VWoA organizou uma turnê com modelos históricos, incluindo um Fusca 1949, Super Beetle Conversível 1979, Rabbit GTI 1984 e Jetta 1982, que rodarão por eventos em Auburn Hills (Michigan), Reston (Virgínia), Chattanooga e Norte da Califórnia.
Durante o Salão de Los Angeles, uma ‘drive down memory lane’ pareará clássicos com equivalentes modernos, como o ID. Buzz - a Kombi elétrica de 2025 - ao lado da Kombi original.
No presente, a Volkswagen investe pesado na eletrificação. O ID.4, SUV elétrico líder de vendas, e o aguardado ID. Buzz representam a transição para uma frota zero emissões, alinhada às metas de carbono neutro até 2050. “Esses 70 anos nos lembram que a Volkswagen sempre foi sobre mobilidade acessível e divertida, do Fusca ao ID. Buzz”, declarou Oliver Blume, CEO global da Volkswagen, em comunicado. Com vendas recordes em 2024 e lançamentos como o Jetta 2025, a marca projeta um futuro em que o ‘povo’ dirige o elétrico sem abrir mão do prazer ao volante.
Setenta anos depois de sua chegada tímida, a Volkswagen of America não é mais uma importadora excêntrica - é um pilar da indústria, impulsionando inovações que moldam estradas e culturas. Como o Fusca nos anos 1960, o ID. Buzz pode ser o novo ícone de uma era verde. A jornada continua, e os americanos estão no banco do condutor.