VOLKSWAGEN POTENCIARÁ OS BIOCOMBUSTÍVEIS NA AMÉRICA DO SUL NA AUSÊNCIA DE ELÉTRICOS

A Volkswagen anunciou sua nova estratégia de carros elétricos, uma plataforma padrão para todas as marcas que formam o grupo, com seções modulares para o desenvolvimento dos menores aos maiores. Uma futura linha que também contará com um sistema operacional e software novos.
Estes futuros carros elétricos significarão o abandono definitivo da oferta de combustão tradicional e dos híbridos plug-in, mas limitada estritamente a três mercados: Europa, China e Estados Unidos. Mas é claro que a Volkswagen não renunciará aos mercados da América Latina onde conta com uma grande linha de modelos. No entanto, este mercado não conta com a capacidade suficiente para ser incluído no dos elétricos, devido aos elevados custos das infraestruturas de carga e pelos próprios carros em si, muito caros.
Ralf Brandstätter, o CEO da Volkswagen, apontou que “Em outras regiões do mundo, a transformação não acontecerá tão rapidamente devido às condições locais, como a falta de infraestrutura, a combinação de eletricidade local, o nível de faturamento e muitos outros fatores que influem. Na América Latina, o objetivo é permitir à mobilidade neutra em CO2 baseada no etanol e outros biocombustíveis para países emergentes”.
A grande maioria dos modelos destinados à América do Sul podem mover-se tanto com gasolina como com etanol, e este combustível é o que a marca alemã pretende potenciar em grande escala. Os pesquisadores do gigante alemão trabalham em um novo biocombustível obtido a partir da cana de açúcar. Na verdade, no Brasil o etanol é utilizado desde a crise do petróleo de 1973, sendo que somos o segundo maior produtor do mundo, atrás dos Estados Unidos. Aqui é onde a marca alemã instalará um centro de P+D para o desenvolvimento de motores a etanol e outros biocombustíveis.
Brandstätter explica que o etanol obtido da fermentação do açúcar é um combustível sustentável, já que reduz as emissões de gases de efeito estufa em até 90% comparado com a gasolina. O alemão estima que em 2030, este combustível ecológico poderá cobrir 72% das necessidades de combustível no Brasil. Trata-se da única opção para salvar a combustão tradicional em um mercado emergente, mas do qual também existem muitas críticas que empurram Herbert Diess, CEO do Grupo VAG, a buscar uma solução mais eficiente para a Volkswagen na América Latina.