WINTERKORN VENCE DUELO COM PIECH
- A Comissão de Supervisão do grupo VW acabou se virando contra o presidente e além de confirmar Martin Winterkorn como CEO do grupo e da marca VW, deixou a entender que o contrato de Winterkorn será estendido para além de 2016, data em que expirava. Uma decisão sem precedentes que pode ter acabado com o reinado de Ferdinand Piech no comando dos destinos do grupo que ajudou a crescer.
Lembrando que na semana passada, Ferdinand Piech criticou publicamente o CEO Martin Winterkorn, deixando claro que estava afastado do seu até então aliado e que a sua sucessão não passaria pelo atual CEO. As suas palavras, sempre com muita polêmica e arrogância misturadas, abriram uma guerra na sucessão do grupo Volkswagen. Batalha rapidamente arbitrada pela Comissão de Supervisão, que pela primeira vez, foi contra Piech e colocou-se ao lado de Winterkorn.
Em uma curta nota colocada em seu site na internet, o grupo VW confirmou que Martin Winterkorn não só sobreviveu ao ataque de Ferdinand Piech, como é quase certo que verá o seu contrato estender-se para além do final do atual, em 2016.
Lembrando ainda que Ferdinand Piech, um membro da família Porsche, tem sido um dos principais impulsionadores do grupo VW desde que se tornou presidente em 1993. Foi na sua gestão que a Audi foi elevada a marca Premium, liderou a Volkswagen de uma condição moribunda à beira do colapso até a posição dominante de hoje, e foi ele também, quem desenhou a estratégia de adquirir marcas para fortalecer o portfólio do grupo e torná-lo no maior grupo fabricante de automóveis de todos os tempos.
Por tudo isto, a decisão de manter e até estender o contrato de Martin Winterkorn, tomada pela Comissão de Supervisão, é um duro revés e uma afronta pessoal ao veterano engenheiro e o primeiro sinal de que o reino de Piech como brilhante engenheiro e estrategista, está chegando ao fim.
Curiosamente, a decisão foi tomada no dia em que Ferdinand Piech celebrou o seu 78º aniversário, dois anos antes de terminar o seu mandato que, agora, fica em uma posição fragilizada e que vai poder gerar as mais diversas especulações, desde uma retirada imediata até uma convivência complicada com Wnterkorn e com a Comissão de Supervisão. O que não quer dizer que as críticas feitas ao atual CEO não sejam verdadeiras, pois a rentabilidade da Volkswagen é demasiado baixa (2,3% em 2014) e o negócio nos EUA não tem corrido bem para a VW – mas com esta decisão, percebe-se que a influência e controle do grupo escapou das mãos de Piech.