
História da Axon Automotive e o Axon Plug-in Hybrid Drive
A Axon Automotive foi uma empresa britânica fundada em 2006, com sede em Wellingborough, Inglaterra, como um spin-off da Cranfield University. A empresa surgiu com o objetivo de desenvolver veículos ecológicos e inovadores, utilizando tecnologias avançadas de materiais, como fibra de carbono, para criar automóveis leves, eficientes e de baixo impacto ambiental. Financiada pelo UK Technology Strategy Board e por investimentos privados, a Axon Automotive destacou-se como a única empresa de propriedade britânica a desenvolver um veículo híbrido plug-in (PHEV) na época, focando em soluções acessíveis e sustentáveis para o mercado automotivo.
Origens e Primeiros Projetos
A Axon Automotive ganhou visibilidade inicial em 2007, quando apresentou uma versão modificada do Caterham 7, chamada Axon Edition Caterham 7, no evento Sexy Green Car Show, realizado no Eden Project, no Reino Unido. Este veículo, projetado para a eficiência energética, alcançou uma impressionante marca de 50 km/l na competição Shell Ecomarathon. Esse sucesso inicial demonstrou o potencial da empresa em aplicar tecnologias leves e aerodinâmicas para melhorar a eficiência de veículos.
Em 2008, a Axon apresentou o Axon 8080, um carro a gasolina com foco em eficiência, que já utilizava avanços em materiais como fibra de carbono para reduzir o peso e melhorar o consumo de combustível, atingindo cerca de 35.7 km/l. Esse modelo serviu como base para o desenvolvimento do Axon Plug-in Hybrid Drive, que seria o próximo passo da empresa em direção a veículos mais ecológicos.
O Axon Plug-in Hybrid Drive
Em outubro de 2009, a Axon Automotive revelou um protótipo do Axon Plug-in Hybrid Electric Vehicle (PHEV) no Milton Keynes Science Festival. Este veículo foi projetado como um carro urbano leve, com capacidade para dois adultos e espaço significativo para bagagem. Suas principais características incluíam:
Sistema Híbrido Plug-in: O veículo combinava um modo totalmente elétrico para viagens curtas (ideal para uso urbano) com um motor a gasolina ou bioetanol para viagens de longa distância ou rodovias. Isso eliminava a ansiedade de autonomia, comum em veículos elétricos puros da época, ao mesmo tempo que maximizava os benefícios da propulsão elétrica sem a necessidade de grandes baterias, que eram caras e pesadas.
Eficiência Energética: O Axon PHEV foi projetado para emitir menos de 50 g/km de CO2, considerando tanto o uso do motor elétrico quanto do motor a combustão, conforme testes do governo britânico. Esse valor incluía as emissões associadas à geração de eletricidade no Reino Unido, o que colocava o carro na faixa ‘A’ de emissões, isentando-o de impostos rodoviários anuais no Reino Unido (abaixo de 100 g/km de CO2).
Uso de Fibra de Carbono: A Axon Automotive destacou-se por suas técnicas inovadoras de fabricação, que tornavam a fibra de carbono - tradicionalmente associada a carros de corrida de alto custo, como os da Fórmula 1 - acessível para veículos ecológicos. A carroceria ultraleve de fibra de carbono contribuía para a eficiência, reduzindo o peso e melhorando a aerodinâmica. A empresa também enfatizava que a fibra de carbono utilizada era reciclável, reforçando o compromisso com a sustentabilidade.
Design Sustentável: O interior do veículo apresentava assentos desenhados por uma casa de moda, feitos de tecidos reciclados, como jeans e ternos de risca de giz reaproveitados. As portas também utilizavam fibra de carbono reciclada, reforçando a abordagem ecológica da Axon.
Desempenho e Economia: O veículo prometia uma eficiência de cerca de 35.7 km/l e era projetado para ser uma alternativa acessível em comparação com outros híbridos plug-in da época, que frequentemente usavam baterias grandes e caras.
Planos de Produção
A Axon Automotive planejava iniciar as vendas do Axon Plug-in Hybrid Drive em 2011, com produção total prevista para 2012. A estratégia de fabricação incluía a construção de pequenas fábricas no Reino Unido e em outros países europeus, como Espanha, França, Irlanda, Dinamarca e Holanda. Em 2008, a empresa recebeu um prêmio do UK Technology Strategy Board para desenvolver um carro com estrutura de fibra de carbono e opção híbrida plug-in. Em fevereiro de 2009, a Axon conseguiu 2.5 milhões de libras esterlinas em uma rodada de investimento inicial, com mais de 2 milhões de libras esterlinas provenientes do Technology Strategy Board, especificamente para avançar o desenvolvimento do PHEV. A empresa planejava captar mais 5 milhões de libras esterlinas para iniciar a produção.
Declínio e Legado
Apesar do entusiasmo inicial e da inovação apresentada, não há registros de que o Axon Plug-in Hybrid Drive tenha entrado em produção em larga escala ou atingido o mercado como planejado em 2011/2012. As informações disponíveis após 2009 são escassas, sugerindo que a Axon Automotive enfrentou dificuldades financeiras ou técnicas que impediram a comercialização do veículo. A falta de atualizações sobre a empresa ou seus produtos após 2010 indica que o projeto pode não ter avançado além da fase de protótipo, um desafio comum para startups automotivas em um mercado altamente competitivo dominado por grandes fabricantes.
Embora o Axon PHEV não tenha se concretizado como um produto comercial, ele representou um esforço significativo para combinar tecnologias avançadas, como fibra de carbono reciclável e propulsão híbrida, em um veículo acessível e ecológico. O projeto destacou a importância de designs leves e aerodinâmicos para reduzir emissões e serviu como um exemplo precoce de inovação em mobilidade sustentável no Reino Unido.