O fundador e proprietário do grupo Borgward de Bremen, Alemanha, foi Carl F.W. Borgward, que nasceu em 1890 em Altona, um distrito de Hamburgo. Depois de ser ferido na Primeira Guerra Mundial, comprou uma parte de um pequeno negócio do qual mais adiante assumiu totalmente o controle. Pouco a pouco foi transformando o negócio, tornando-se um fabricante de componentes para a indústria automobilística, produzindo radiadores e para-lamas.
Em 1924 começou a fabricar veículos de 3 rodas com motores de 200 cc que eram denominados ‘Blitzkarren’. O modelo foi um veículo de sucesso em sua época, sendo o precursor dos primeiros veículos de 3 rodas e foi comercializado com a marca Goliath a partir de 1928, ano em que foi fundada a Goliath-Werke Borgward & Co.
Devido à concorrência, Borgward se viu obrigado a ampliar seu negócio e em 1929 aproveitou a grande depressão mundial comprando uma parcela da então decadente Hansa-Lloyd por uma pequena parte do seu valor e assumindo assim o controle da empresa. A Hansa-Lloyd era o resultado da fusão em 1914 da Hansa (estabelecida em 1905) e da Lloyd (estabelecida em 1906). Mais tarde, Borgward adquiriu 100% da empresa e a fundiu com a Goliath em 1930.
Em 1931 começou a produção do primeiro veículo de passageiros da Goliath, o Pioneer de três rodas, do qual se venderam perto de 4.000 unidades. No início de 1934, a Borgward desenvolveu o Hansa 1100 e 1700, restabelecendo assim a velha marca. A produção de veículos Goliath e Hansa-Lloyd continuou com sucesso. Durante a Segunda Guerra Mundial, a Borgward se viu obrigada a fabricar veículos militares.
Com a maior parte de suas fábricas destruídas pelos bombardeios aliados, Borgward teve que começar novamente depois da guerra. Seu primeiro carro do pós-guerra foi também o primeiro carro alemão completamente novo, o Borgward Hansa 1500, lançado no final de 1949.
Um dos primeiros marcos aerodinâmicos da Borgward foi o ‘Windspiel’, um sedan de quatro portas, que foi desenvolvido em 1936 e apresentado no Salão de Berlin em março de 1937. Embora se diga que foi inspirado pelos novos modelos americanos que Borgward havia visto nas garagens depois de ser preso pelos americanos depois da Guerra.
Em meados de 1950 dois novos carros surgiram no Grupo Borgward. Tratava-se de um minúsculo Lloyd com um motor de 293 cc e um Goliath maior, com um motor de 688 cc. Em 1952 o Borgward Hansa 1800 chegou ao mercado, seguido em 1953 por um Hansa de motor diesel.
Em junho de 1954 foi lançado um Hansa totalmente novo, o 1500, que logo foi renomeado para Isabella. Um modelo especial do Isabella era o Coupe, o modelo de design mais elegante da Borgward. Foram produzidas um total de 202.862 unidades do Isabella.
Em janeiro de 1957 os modelos 700 e 900 do Goliath foram substituídos pelos 1100 cc completamente novos. O nome da marca foi extinto em 1958, permanecendo somente a Hansa.
A Lloyd também desenvolveu modelos com carroceria de aço e motores de 600 cc e 4 tempos. Em 1959 surgiu o novo Lloyd Arabella de 900 cc, que era similar ao Hansa 1100. Esses 2 carros tiveram uma grande aceitação por seu atraente design.
O Hansa 2400 de 6 cilindros, foi substituído em 1960 por um novo projeto, o P100, um Borgward maior com 2.238 cc. Esse carro dispunha de um novo projeto de suspensão a ar. Era um sistema similar ao que posteriormente também seria introduzido pela Mercedes-Benz. Infelizmente foram produzidos somente 2.547 exemplares desse belo automóvel, antes da queda do Grupo Borgward.
Segundo alguns historiadores, o final do Grupo Borgward foi uma história triste. O governo do estado de Bremen (onde Borgward tinha suas instalações) declarou a Borgward insolvente. Foram vendidos todos os ativos, incluídos os carros. Todos os credores receberam o que lhes era devido. Borgward morreu arruinado em 1963.
Há evidências de que outros fabricantes de automóveis estiveram implicados em uma conspiração para destruir Borgward, mas a verdade completa nunca se saberá.
A antiga planta da Borgward em Sebaldsbrück, Bremen, é hoje propriedade da Mercedes-Benz.