
A imagem FIAT há muito tempo está ligada a carros pequenos, econômicos e eficientes, porém sem deixar de lado o design moderno e agressivo e a tecnologia de ponta. Quer seja na Itália ou no Brasil, seus automóveis são sinônimos de economia, versatilidade e modernidade.
A montadora italiana foi fundada por um grupo de ricos empresários, entre eles Giovanni Agnelli, um político da região de Piemonte, Lodovico Scarfiotti e o Conde Brecherasio di Cocherano, na cidade de Turin em 11 de julho de 1899 com o nome Fabbrica Italiana di Automobili-Torino, que viria a ficar conhecida como FIAT, com a declarada pretensão de fazer concorrência à indústria automobilística francesa e desenvolver grandes inovações para carros de corrida.
No entanto, Giovanni Agnelli, primeiro secretário, deu outros rumos aos planos da empresa. Interessado em fazer uma linha de produção em massa, conseguiu lançar as bases do que hoje é um dos maiores complexos industriais do mundo. O primeiro carro lançado pela montadora foi o modelo 3 1/2HP de 679 cc, que atingia 35 km/h, tendo sido produzido apenas 300 unidades. O modelo era fabricado na planta localizada em Corso Dante, onde trabalhavam 150 empregados.
Outros modelos vieram e em 1903 foi lançado o 12HP com 3768 cc, que teve produção de 132 unidades, sendo exportado para Europa e para os Estados Unidos. Nesse ano a montadora também produziu seu primeiro caminhão. No ano seguinte o nome FIAT passou a representar não somente o produto, mas toda a empresa, sendo abandonado o nome social escrito por extenso. Ainda nessa época, pela primeira vez, a partir do modelo 24-32HP, o símbolo da marca foi colocado por cima da grade do radiador.
Na primeira década do século XX já fabricava também locomotivas, e em 1910, quando lançou no mercado 10 novos modelos de automóveis, assumiu o posto de maior montadora na Itália. O ZERO, primeiro carro produzido em massa pela montadora, foi introduzido no mercado em 1912. Nessa altura, a FIAT começa a tornar-se popular na Europa, em grande parte devido à utilização de seus automóveis como táxis. Até 1915 aproximadamente 2.000 unidades desse modelo foram produzidas. Com o início da Primeira Guerra Mundial, passou a produzir ambulâncias, metralhadoras e até motores para submarinos.
Em 1919 outros novos modelos foram lançados no mercado, como o 501 (45 mil unidades foram feitas até 1926), o 505 (modelo de maior tamanho que o 501) e o top de linha 515. Na década de 20 a FIAT já controlava 80% do mercado italiano de automóveis. Esta década foi marcada por importantes acontecimentos: inauguração, em 1920, da fábrica de Lingotto, um projeto guiado por uma intenção definida de transformar o carro, de um produto de elite, em um bem acessível a um público cada vez mais amplo de consumidores, graças aos novos princípios de organização empresarial, baseados na utilização da linha de montagem; lançamento do modelo 509 em 1925; lançamento do primeiro automóvel com carroceria mista (metal + madeira), chamado 503, em 1926; e a vitória no Rally de Montecarlo em 1928.
Na década de 30 a FIAT causou uma verdadeira revolução no mercado europeu de automóveis com lançamentos extremamente populares como o modelo 508 Balilla, também conhecido como ‘Tarifa Mínima’ devido ao consumo reduzido de 8 litros para cada 100 km rodados, apresentado no Salão de Milão em 1932; o modelo 1500, primeiro carro desenvolvido aerodinamicamente pela empresa, lançado em 1935; e um dos maiores sucessos de sua história, o 500 Topolino, lançado em 1936 como um automóvel pequeno e compacto de dois lugares, que vendeu 122.000 unidades até 1948.
Em 1939 com o início da Segunda Guerra Mundial, as instalações da empresa foram requeridas pelo governo italiano para fabricar armamento bélico, desde aviões até metralhadoras. Foi nessa época que a fábrica de Mirafiori foi aberta. Giovanni Agnelli morreu no final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, e sua família foi afastada do controle da FIAT, devido às ligações com o governo de Mussolini.
Depois do término do conflito, a FIAT retomou sua produção de automóveis com a produção dos modelos 1100B, 1500D e 500B. O primeiro modelo lançado depois da guerra foi o 1400, visto pela primeira vez em 1950 no Salão de Genebra, revolucionando os conceitos da época. Pouco depois, em 1953, a empresa lançou seu primeiro veículo a diesel, o 1400 diesel.
A década de 60 foi cheia de novidades para a montadora. Primeiro, em 1966, o controle da FIAT regressou à família Agnelli quando Gianni, neto de Giovanni, assumiu o cargo de presidente. Com sua chegada a empresa viu sua estrutura ser completamente reestruturada. Ele dividiu a empresa em áreas distintas, sendo as principais: produção de automóveis e produção de caminhões e tratores. Ainda nesse mesmo ano ocorreu o lançamento do FIAT 124 no salão do automóvel de Genebra, ganhando o título de carro do ano em 1967, revolucionando o conceito de espaço. O modelo era produzido em três versões: a familiar, a Spider (com design da Pininfarina) e o Coupe. No final dessa década, em 1968, as exportações da montadora chegavam a 150 países e para unificar sua imagem global foi lançado um novo logotipo: quatro losangos inclinados 18 graus com a sigla da montadora escrita em branco sobre fundo azul. No ano seguinte a FIAT iniciou uma série de aquisições com a compra da montadora LANCIA e parte da tradicional Ferrari (empresa que viria a comprar totalmente em 1988).
A década de 70 foi marcada por lançamentos inovadores como o FIAT 127 e o FIAT 132, além do Ritmo, que foi introduzido no mercado em 1978 em duas versões, 3 e 5 portas. Em 1979 a FIAT atingiu as vendas mais elevadas de sua difícil e penosa trajetória em solo americano, muito devido à crise petrolífera da época, que requeria carros econômicos. Mas em 1981 com a queda do preço do petróleo, os americanos voltariam a optar pelos carros de grande porte. E devido à grande queda nas vendas, a FIAT optou por abandonar o mercado americano em 1984.
Mas nem só de fracasso foi marcada a década de 80. Dois dos mais populares automóveis da montadora foram lançados neste período: o Panda e o Uno. Outro fato marcante foi a compra da tradicional Alfa Romeo em 1986. Nos anos seguintes a FIAT cresceu para se tornar uma marca global, comprou a tradicional marca de carros superesportivos Maserati em 1993 e lançou modelos de sucesso, principalmente na Europa e no Brasil. Atualmente o PUNTO é um dos carros mais vendidos da Europa e, ao lado do Bravo (sucessor do Stilo) e do Cinquecento (FIAT 500), um dos símbolos da impressionante recuperação da FIAT. No dia 30 de abril de 2009, a montadora italiana assumiu uma participação inicial de 20% na Chrysler, que pediu concordata, ganhando força para suas operações no maior mercado consumidor do planeta: os Estados Unidos. Essa união resultou no compartilhamento de tecnologia com as marcas grupo americano: Chrysler, Dodge e Jeep.