Notícias

A condução autônoma coloca sérios desafios à indústria automobilística e à sociedade. Eles se concentram em resolver os aspectos técnicos e mecânicos para que ela se torne uma realidade. Também se concentram nos problemas que poderão ocasionar quando surgirem os primeiros acidentes entre veículos desse tipo. Nesses casos o que acontecerá com as vítimas? Quem serão os responsáveis pelos danos e vidas ceifadas?

A sueca Volvo já se posicionou e se comprometeu em ser responsável pelos problemas que seus veículos autônomos ocasionarem. No entanto, nenhuma outra marca subiu nesse trem. Aí é onde reside o dilema moral que está afetando a condução autônoma. Se são os veículos que decidem o que fazer em cada momento e os condutores se desligam totalmente da condução, entende-se que os responsáveis deveriam ser os fabricantes destes veículos, ou não?

No meio desse dilema também surge uma pergunta. No caso de acidente, a quem salvar: o condutor ou os outros pedestres e condutores? A Mercedes-Benz tem isso muito claro e opta por salvar o condutor e os passageiros de seus carros. Esta é a afirmação do responsável pelos sistemas de assistência ao condutor e segurança ativa da Mercedes-Benz em uma entrevista à Car and Driver.

De acordo com Christoph Von Hugo, se um de seus carros autônomos precisa decidir entre salvar a vida de um pedestre ou do condutor, o carro deve salvar a seu condutor. Essa resposta pode não ser tão popular, mas pelo menos já se sabe a postura oficial da Mercedes-Benz a respeito do tema. Entretanto, essa postura tem uma abordagem mais profunda. Para Von Hugo, o veículo deve proteger o que sabe que pode proteger, ou seja, se pode proteger adequadamente o condutor e seus acompanhantes e tem dúvidas sobre a proteção que possa dar aos demais atores do ambiente, o carro tem que cuidar dos seus ocupantes.

Essa é simplesmente a posição da Mercedes-Benz hoje diante de uma situação que muito provavelmente mudará com o tempo e com a normatização da condução autônoma. A verdade é que foi a única marca que teve a coragem de se posicionar nesse delicado tema, o que demonstra o compromisso e a seriedade com seus clientes.