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A Daimler anunciou a cessão dos 4% de ações da Tesla que estavam em sua posse desde 2009, um investimento que na época estava relacionado com a obtenção de tecnologia para os modelos elétricos. Hoje as versões elétricas do Mercedes-Benz B Class e do Smart ForTwo utilizam tecnologia fornecida pela Tesla. 

O grupo alemão informou que a venda das ações não representa o fim da cooperação entre as duas empresas, referindo que não é necessária essa participação para continuar trabalhando com o fabricante sediado na Califórnia. A Tesla, por sua vez, recusou-se a tecer qualquer comentário. Vários analistas consideram, no entanto, que a venda é uma evidência da crescente rivalidade entre a Daimler e a Tesla no mercado dos veículos elétricos. Um representante da consultora ISI Research comentou que “há uma diferença entre trabalhar junto ou em colaboração. Em nossa opinião os laços foram se perdendo ao longo dos tempos”.

Foi em 2009 que a Daimler adquiriu uma participação de 9,1% da Tesla, participação que desceu para 4% após o aumento de capital efetuado pela empresa americana. Apesar disso, tendo em conta que a aquisição destas ações custou na época à Daimler cerca de 50 milhões de euros e que a venda irá gerar uma receita de 574 milhões de euros, pode-se dizer que foi um negócio rentável tanto em termos tecnológicos, pelo acesso aos sistemas da Tesla, como em termos financeiros.

Na época da aquisição, a Tesla era considerada uma empresa de “nicho de mercado”, mas duas razões levaram a Daimler a considerar menos atrativa esta parceria atualmente. Uma delas foi a expansão da própria Tesla, que hoje concorre com os fabricantes premium germânicos nos segmentos superiores. Também a decisão da Tesla em abrir mão das suas patentes de forma a democratizar o acesso aos veículos elétricos, foi a causa do afastamento entre a Tesla e Daimler. Recentemente também surgiu a notícia sobre a eminente ruptura da colaboração entre a Toyota e a Tesla.