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No início do próximo mês de fevereiro será leiloado em Paris um dos modelos mais destacados do falido projeto Bugatti Automobili, um protótipo único do Bugatti EB-110 SS, a versão mais potente e de maior desempenho do esportivo italiano, que conta com certas particularidades que o tornam uma verdadeira peça única.

Após a introdução do Bugatti EB-110, a então renascida marca de Campogalliano, Modena, revelava uma versão ainda mais radical do esportivo fabricado de fibra de carbono, o EB-110 Super Sport. Esse carro contava com o mesmo motor V12 de 3.5 litros e quatro turbos do EB-110 GT, mas elevado a 610 cv e 637 Nm, além de contar com uma configuração de chassi mais leve, e também tendo sido suprimidos todos os elementos habituais de conforto no habitáculo.

O exterior não era muito diferente do EB-110 GT em que era baseado, mas dispunha de um grande aerofólio fixo traseiro, em substituição ao móvel, novas rodas de liga leve de 7 raios BBS e novas saídas de ar atrás dos vidros laterais. Elementos suficientes para poder distinguir-se à primeira vista da versão EB-110 GT.

O exemplar que será leiloado é um dos mais relevantes dos somente 36 EB-110 SS que foram fabricados, pois este foi um protótipo que a fábrica utilizou para diversos testes de desenvolvimento e homologação, motivo pelo qual conta com elementos únicos, que não podem ser encontrados em outros exemplares.

Ao contrário das outras unidades do EB-110, esse protótipo nascia originalmente com duas rodas motrizes, mas após terminar seus testes, foi instalado o sistema de tração total standard do modelo. Da mesma forma, essa unidade foi utilizada para resolver problemas relacionados com os tanques de combustível do modelo, por isso que dispõe de um tanque diferente do resto da série, além de uma cobertura de fibra de carbono única para o motor. 

Uma das funções desse protótipo foi a de desenvolver a versão com especificações para os Estados Unidos, por isso que conta com diversas soluções a meio caminho entre esta e a versão europeia. Como veículo de fábrica, utilizado em várias ocasiões para estudar soluções para problemas de clientes, nunca foi devidamente registrado, então quando seu primeiro proprietário quis registrá-lo, teve que recorrer ao especialista Dauer, que entre outras medidas, modificou a tampa traseira, com as mesmas aberturas, mas com o logotipo da Bugatti entre as lanternas.

Em termos mecânicos, o motor V12 não é o original utilizado no modelo que foi fabricado em 1993, mas curiosamente isso é uma grande vantagem, pois após terminar seus testes, foi instalado o motor número 0026, o mesmo bloco utilizado pelo protótipo EB-110 GT C7 #MCD39006 para conseguir o recorde mundial de velocidade em 1992, atingindo os 342.7 km/h.

Este exemplar nunca foi vendido a um cliente enquanto a fábrica permaneceu aberta. Depois da bancarrota em 1995 (veja aqui), o protótipo passou a fazer parte da coleção holandesa Marin De Rijn em 1997 e segundo a descrição da casa de leilões, poucos anos depois passou às mãos de seu atual e anônimo proprietário, seu vendedor atual. 

Entretanto, verificando os registros desse exemplar, nos últimos anos esteve à venda em diversas ocasiões em vários pontos da Europa, portanto, não se sabe realmente quantos donos diferentes pode ter tido. Embora se conheça sua última localização, no Reino Unido, de onde mantém atualmente sua placa de matrícula. Até este momento o carro rodou apenas 3.303 quilômetros.

A RM Sotheby’s anuncia um valor entre 850.000 e 1.1 milhões de euros para esta peça, posicionando o modelo como um dos EB-110 mais caros até esta data.