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A Dacia, marca romena conhecida por seus veículos acessíveis e práticos, surpreendeu o mundo automotivo ao revelar o Hipster Concept, um protótipo elétrico ultracompacto que desafia as tendências atuais de SUVs médios e tecnologias excessivas. Com apenas 3 metros de comprimento e 1.5 metro de largura, o veículo é 20% mais leve que o Dacia Spring, pesando cerca de 800 kg, e promete ser uma solução para a mobilidade elétrica acessível a todos, com preço estimado em torno de 13 mil euros para a versão de produção, prevista para 2027. 

Inspirado em ícones como o Mini original, o FIAT 500 e os kei cars japoneses, o Hipster Concept adota um design angular e boxy, com ângulos retos que maximizam o espaço interno apesar das dimensões mínimas. Ele acomoda quatro adultos confortavelmente e oferece um porta-malas versátil, que varia de 70 a 500 litros com os bancos rebatidos - suficiente para transportar até uma máquina de lavar.

O interior é espartano, priorizando o essencial: apenas airbags para condutor e passageiro, sem assistentes de segurança ativa que encarecem o produto, e um sistema modular YouClip com 11 pontos de fixação para acessórios como suporte para smartphone, alto-falante Bluetooth e ventilador. O smartphone se torna o centro de tudo, atuando como chave digital e tela multimídia. 

A proposta da Dacia vai além do design: o Hipster visa reduzir pela metade a pegada de carbono ao longo do ciclo de vida do veículo em comparação aos melhores elétricos atuais, graças à abordagem ‘Eco-Smart’ que minimiza materiais e energia na produção. Embora detalhes sobre a bateria não tenham sido divulgados, a autonomia é projetada para trajetos diários curtos, exigindo recargas apenas duas vezes por semana - ideal para 94% dos condutores franceses que rodam menos de 40 km por dia. Uma versão de entrada limitada a 45 km/h poderia ser dirigida por jovens a partir de 18 anos com carteira AM, competindo diretamente com modelos da FIAT e Opel.

Apresentado como um ‘hack de vida móvel’ em um mundo cada vez mais complicado, o conceito critica a escalada de preços dos automóveis - que subiram 45% nos últimos 15 anos devido a normas de segurança e emissões - e propõe um retorno aos fundamentos da Dacia, como robustez off-road com proteções laterais em Starkle (material reciclado) e skid plates. 

Ainda em fase conceitual, o Hipster depende de mudanças regulatórias na União Europeia para viabilizar sua produção, mas já acende o debate sobre como tornar os EVs verdadeiramente populares, ecoando o impacto social do Logan há 20 anos. 

A Dacia, parte do grupo Renault, reforça sua missão de democratizar a eletrificação, posicionando o Hipster como o sucessor espiritual do lendário 4L, versátil para cidades, estradas rurais e subúrbios. 

Transformando-se em realidade, pode redefinir o que significa um carro elétrico “do povo”.